Luta pelos prefeitos na ordem do dia
A campanha de 2026 será marcada, tudo indica, pela luta entre a governadora Raquel Lyra e o prefeito João Campos em torno do apoio dos prefeitos

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A campanha de 2026 em Pernambuco vai ser marcada, tudo indica, pela luta entre a governadora Raquel Lyra e o prefeito João Campos em torno do apoio dos prefeitos a seus palanques. A maior evidência foi o que ocorreu entre esta quinta e sexta-feira , quando o prefeito do Recife anunciou o apoio ao seu projeto do prefeito de Xexéu, Thiago de Miel, filiado ao PSD da governadora e que figurava como aliado pelo Palácio do Campo das Princesas.
Não durou 24 horas a reação governista. Esta sexta o PSD deu o troco na medida da investida recebida e anunciou a saída do PSB, de João Campos, do prefeito José Martins, de João Alfredo, e sua filiação ao PSD, seguida de declaração de voto e apoio à reeleição de Raquel Lyra.
O apoio de prefeitos não é garantia de vitória pois esta é conquistada através de um somatório de vertentes que vão do tempo de propaganda à inserção nas redes sociais, passando ainda pelas propostas dos candidatos, carisma e credibilidade. A eleição do próximo ano, no entanto, ganhou esse viés depois que a governadora Raquel Lyra investiu com força nas bases municipais, filiando 71 prefeitos a seu novo partido, o PSD, declarando-se municipalista e anunciando obras e ações nas maiores e nas menores cidades do estado.
Como o PSB, de João Campos, só tem 21 prefeitos, ele está correndo contra o tempo para formar bases nos municípios, atraindo os grupos de oposição aos prefeitos governistas ou, como foi o caso de Xexéu, pescando no mesmo lago da governadora. Sempre que algo assim acontecer tudo indica que vai ter reação lado a lado.
É conhecido em Pernambuco o caso de governadores que tinham o apoio da grande maioria dos prefeitos e foram fragorosamente derrotados, como aconteceu em 1998 quando Jarbas derrotou Arraes por mais de 1 milhão de votos e o Palácio das Princesas contabilizava o apoio de mais de 100 prefeitos a Arraes. Quem, porém, não tiver palanque nos municípios do interior pode se dar mal pois na maioria deles a população depende da Prefeitura. A não ser que o candidato esteja muito favorito, desdenhar dos grupos políticos locais não é de bom tom e muito menos aconselhável.
Banco Vermelho na Alepe
A Assembleia Legislativa fez convênio com o Instituto Banco Vermelho, organização dedicada à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher e esta segunda-feira será instalado na frente do Edifício Miguel Arraes, sede da Alepe, um banco gigante da cor vermelha, símbolo da mobilização social e de impacto visual contra a violência doméstica e o feminicídio. A proposta é a de contribuir para a construção de uma cultura de respeito à igualdade de gênero e de combate à naturalização da violência.
De madrugada
A governadora Raquel Lyra está sendo aconselhada por auxiliares a reduzir um pouco as atividades diárias. Esta quinta-feira ela saiu direto de Araçoiaba para o Aeroporto onde embarcaria na madrugada para viagem a São Paulo. O objetivo era participar de um Encontro de Líderes para roda de conversa sobre Segurança Pública mediada pela jornalista Andreia Sadi. Estavam lá o presidente da Câmara Hugo Mota, o deputado federal Mendonça Filho, relator da PEC da Segurança, quatro governadores – a própria Raquel, Eduardo Leite, Rafael Fonteles e Mauro Mendes – e o secretário de Relações Internacionais de São Paulo, Gilberto Kassab.
Pergunta que não quer calar
Quantos prefeitos podem praticar a traição até a eleição de 2026?
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