A Marcha da Insensatez
O livro da historiadora Barbara Tuchman, espelha a história de decisões políticas e governamentais que se mostraram autodestrutivas ao longo do tempo

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Lançado em 1984, o livro A Marcha da Insensatez, da historiadora norte-americana Barbara W. Tuchman, vem sendo citado largamente nos últimos dias por analistas que, buscando compreender o comportamento do presidente Trump de aumentar da noite para o dia as taxas sobre produtos exportados para os Estados Unidos por mais de 90 países, criou um verdadeiro caos no comércio mundial de resultado imprevisível, inclusive para os americanos ameaçados de ter que amargar altas taxas de inflação.
O livro de Bárbara espelha a história de decisões políticas e governamentais que se mostraram autodestrutivas ao longo do tempo. Ela começa seu estudo pela Guerra de Tróia, cidade que teria sido destruída pelos gregos porque os troianos, mesmo alertados, deixaram entrar na cidade um cavalo enorme ornamentado de pedras preciosas mas cheio de soldados gregos e termina com a Guerra do Vietnã onde os Estados Unidos perderam o combate após anos de luta e milhares de soldados mortos ou mutilados porque subestimaram a história de bravura do povo vietnamita que conseguiu se unificar em plena batalha.
A autora cita, entre várias outras frases fortes na sua obra, que “o abandono da razão é a primeira característica da insensatez”e que “o grande estimulador da insensatez é o excesso de poder”. Mas as tarifas de Trump não são o único caso da provável “insensatez” pelo menos no que se refere ao que está acontecendo no Brasil taxado em 50%, o maior percentual do mundo. Temos, dentro das nossas fronteiras, outro caso similar espelhado na conduta recente do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.
Candidato a virar herói da resistência nacional a uma tentativa de golpe de estado, o ministro está terminando esta semana no mais lamentável ostracismo. Abandonou a razão e ficou embevecido pelo excesso de poder, de que fala Bárbara Tuchman, e viu cair por terra sua imagem e valentia quando chegou ao ápice da insensatez e, entre várias medidas sem amparo legal, decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, proibindo-o de dar entrevista e de ter acesso, mesmo que por meio de terceiros, às redes sociais.
Além de punido pela Lei Magnitsky, por decisão dos Estados Unidos, estando impedido até mesmo de ter conta bancária, Moraes não só deixou de ter o apoio da unanimidade do Supremo, como recebeu reprimendas da respeitável Transparência Internacional pelo que chamou de “tentativa de silenciamento” imposta ao ex-presidente e ouviu do qualificado professor de Direito Penal,Thiago Bottino, que tinha sido “desnecessária” a prisão, aconselhando-o a “controlar a subjetividade” na interpretação das leis. A semana está terminando sem que um só especialista em direito penal tenha defendido o ministro. Todos os que foram ouvidos pela imprensa condenaram seu gesto. Nada poderia ser pior para um magistrado.
Nada sem resposta
A bancada do governo na Assembleia Legislativa foi aconselhada pelo Palácio do Campo das Princesas a não deixar sem resposta qualquer ataque da oposição. Sendo assim, nesta quinta-feira pela manhã, dia normalmente pouco frequentado no plenário da Alepe, porque muitos deputados do interior só registram presença e viajam para suas bases, a líder do Governo, deputada Socorro Pimentel fez um pronunciamento recheado de números prestando contas de tudo que o Governo Raquel está investindo na Região Metropolitana. Respondia ao deputado Romero Albuquerque, do União Brasil, que no dia anterior cobrará por investimentos no Grande Recife e também na capital.
Na ponta da língua
Aliás, para azeitar a tropa, um grupo de deputados reuniu-se em Palácio esta quarta-feira à tarde com quatro secretários que detalharam todos os projetos e ações de suas pastas, com o objetivo de facilitar os pronunciamentos futuros mostrando as ações governamentais ou, como disse um deputado, “respondendo a provocações”. Esta semana vários governistas já tinham ido à tribuna dar depoimento sobre o que tem sido feito e o que estão vendo de obras no interior. Entre eles, Socorro Pimentel, Luciano Duque, Joãozinho Tenório, Débora Almeida e Doriel Barros. Entre o morde e as
Pergunta que não quer calar
Entre o morde e assopra da oposição na Alepe qual comportamento vai sair vitorioso no balanço da semana?
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