Polarização cansa os brasileiros e Eduardo Leite ganha realce
Pesquisa Quaest divulgada esta semana traz uma informação importante para projetar o que pode vir a acontecer na eleição do ano que vem

Clique aqui e escute a matéria
Para além dos números de intenções de votos e da recuperação – embora ainda pequena – do presidente Lula, após o tarifaço de 50% para produtos brasileiros estabelecido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a pesquisa Quaest divulgada esta semana traz uma informação importante para projetar o que pode vir a acontecer na eleição do ano que vem. Os 2.004 brasileiros ouvidos entre 10 e 14 deste mês demonstraram cansaço com a polarização do país e gostariam, em sua maioria, que os dois maiores líderes do ambiente polarizado, o presidente Lula, pela esquerda, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, pela direita não se candidatassem no ano que vem.
Segundo a Quaest, 58% afirmaram que Lula não deveria disputar a presidência em 2026 e 62% disseram o mesmo a respeito de Bolsonaro. Bolsonaro está inelegível mas mesmo assim aparece com esta rejeição. Só 38% acham que Lula deveria se candidatar e 28% dizem o mesmo sobre Bolsonaro. Ao mesmo tempo, em mais uma demonstração do cansaço com o ambiente conturbado da politica brasileira na atualidade, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, de perfil moderado e que não se identifica com as correntes citadas, tem o mesmo percentual de intenções de votos, numa eventual disputa com Lula, que governadores como Ratinho Junior, do Paraná, identificado com o bolsonarismo e Michelle Bolsonaro. Os três têm 36%. Leite está na frente de Eduardo Bolsonaro e dos governadores Romeu Zema e Ronaldo Caiado, ambos com 33%.
O governador do Rio Grande do Sul não está citado tanto quanto os demais nas movimentações politicas visando 2026 e deve se filiar a um novo partido a tempo de entrar na disputa. O mais provável é que seja o PSD, de Gilberto Kassab. Esta sexta-feira Eduardo Leite se posicionou em suas redes sociais sobre a crise vivida pelo país com o tarifaço de Trump: “o Brasil e os brasileiros não podem ser jogados no meio de uma guerra politica. A reação às tarifas deve priorizar o Brasil e não interesses eleitorais”- disse ele. E acrescentou: “se um campo político interferiu para que essas tarifas acontecessem, o outro quer tirar proveito político das mesmas”. Falou em serenidade e necessidade de negociação para adiamento das mesmas e disse que o Governo deve “pensar logo na hipótese de que elas venham a entrar em vigor e pensar em saídas para as pessoas que vão ser mais impactadas”.
Raquel e o tarifaço
A governadora Raquel Lyra disse esta sexta que o poder de negociação deve ser usado à exaustão para que o tarifaço de Trump não venha a causar prejuízos a Pernambuco. Ela citou um grupo de trabalho do qual faz parte junto entre outros com os empresários Renato Cunha, do Sindaçucar, e Guilherme Coelho, da Abrafrutas , para encontrar saídas para os produtos pernambucanos – etanol e frutas, sobretudo – que serão impactados. Disse mostrando convicção que a safra de agosto vai ser exportada e que novos parceiros internacionais já vinham sendo contatados neste sentido como Europa e Ásia.
Feitosa reage
Na falta do ex-ministro Gilson Machado que cumpre prisão domiciliar determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, quem saiu em defesa de Bolsonaro em Pernambuco esta sexta foi o deputado estadual Alberto Feitosa. Ele escreveu em suas redes sociais : “ essas decisões de hoje fundamentadas no processo em prints do governo dos EUA e do próprio presidente Trump, são quase uma declaração de guerra contra os Estados Unidos, bem como a proibição do presidente Bolsonaro de aproximar-se de embaixadas e embaixadores caracteriza-se como uma prisão política”.
Kari Santos
A vereadora do PT no Recife, Kari Santos diz, a respeito do texto desta coluna de ontem, que pode se candidatar a deputada federal mas a estadual não. Diz que é amiga do deputado estadual João Paulo Silva, que a apoiou na eleição de 2024 e vai estar com ele em 2026: “a eleição de João é uma das minhas principais prioridades em 2026” – afirmou.
Pergunta que não quer calar
A presença de um bolsonarista na eleição de 2026, mesmo que não seja familiar, pode fazer com que a polarização continue como está?
E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com