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Morre aos 82 anos o jornalista José Roberto Guzzo

Com trajetória marcada por passagens em veículos como Veja e Exame, Guzzo foi um dos nomes mais influentes da imprensa brasileira nas últimas décadas

Por Maria Clara Trajano Publicado em 02/08/2025 às 11:00

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*Com informações de Estadão Conteúdo

O jornalista José Roberto Guzzo morreu na manhã deste sábado (2), aos 82 anos, em decorrência de um infarto. De acordo com a família, ele enfrentava problemas crônicos nos rins, pulmões e no coração.

Com mais de seis décadas de atuação no jornalismo, Guzzo construiu uma trajetória que o colocou entre os nomes mais relevantes da imprensa nacional. Seu trabalho como editor e dirigente editorial teve impacto direto na consolidação de algumas das principais publicações brasileiras.

“Estou muito triste porque hoje morreu, senão o maior e melhor jornalista de todos os tempos, um dos maiores e melhores jornalistas que o Brasil já teve”, declarou seu filho, Roberto Guzzo.

Da reportagem à direção editorial

José Roberto Guzzo iniciou a carreira em 1961 como repórter no jornal Última Hora, em São Paulo. Em 1966, ingressou no recém-lançado Jornal da Tarde, do Grupo Estado, onde também atuou como correspondente em Paris.

Foi na Editora Abril que construiu sua passagem mais marcante. Em 1968, integrou a equipe fundadora da revista Veja, como editor de Internacional. Tornou-se correspondente em Nova York e cobriu eventos históricos, como a Guerra do Vietnã e a visita de Richard Nixon à China, em 1972 — sendo o único jornalista brasileiro presente no encontro entre Nixon e Mao Tsé-tung.

Expansão da Veja e reinvenção da Exame

Aos 32 anos, em 1976, assumiu a direção da Veja, cargo que ocupou até 1991. Sob sua liderança, a revista multiplicou sua circulação e alcançou relevância internacional, figurando entre as maiores publicações semanais de informação do mundo.

Entre colegas de redação, ganhou o apelido de “mão peluda”, pela capacidade de transformar textos com ajustes pontuais, tornando-os mais claros e atrativos.

Em 1988, passou a comandar também a revista Exame, com a missão de reposicionar editorialmente a publicação. Após sair da Veja em 1991, seguiu à frente da Exame por mais 11 anos, período em que a revista se tornou uma das mais rentáveis da Editora Abril.

Últimos anos

Nos últimos anos, Guzzo manteve uma atuação como colunista e fundou a revista Oeste. Até recentemente, seguia ativo no debate público e na imprensa opinativa. Sua morte encerra uma das mais longevas e influentes trajetórias do jornalismo brasileiro.

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