Leilão de Oferta Permanente promovido pela ANP vende 34 blocos, sem ofertas para área próxima a Fernando de Noronha
O ágio total da negociação no leilão foi de 534,47%, com nove empresas participantes. Os investimentos previstos somam R$ 1,4 bilhão

*Com Estadão Conteúdo
Após um ano sem leilões de áreas de petróleo e gás natural no Brasil, o 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), vendeu 34 blocos de 172 ofertados e arrecadou R$ 989,2 milhões. Não houve requerimento para repescagem do leilão de áreas de petróleo e gás natural. Os blocos de exploração na Bacia Potiguar, localizada a 398 km de Fernando de Noronha e alvo de críticas por parte de ambientalistas, não receberam propostas. Do total de blocos ofertados na Bacia Potiguar, apenas um é de águas rasas e os demais estão em águas profundas
O ágio total da negociação no leilão foi de 534,47%, com nove empresas participantes. Os investimentos previstos somam R$ 1,4 bilhão. Os cálculos do Ministério de Minas e Energia prévios ao leilão mostravam que o potencial era arrecadar R$ 444 milhões em bônus de assinatura e mais de R$ 3,2 bilhões em investimentos exploratórios mínimos.
O prazo para a apresentação dos documentos de qualificação das licitantes vencedoras termina no dia 9 de julho. Outras três etapas documentais estão previstas antes da assinatura dos contratos de concessão, previstos para o dia 28 de novembro.
A ANP diz que, para garantir que a exploração ocorra de forma sustentável, foram aprovados critérios adicionais às rodadas de licitação.
"Foram feitos ajustes para proteger áreas adjacentes a terras indígenas, territórios quilombolas e áreas de preservação. Essa medida representa um avanço significativo na oferta de áreas que alinhem aspectos sociais e ambientais e excluindo as áreas mais sensíveis", declarou Patrícia Baran, diretora geral interina da ANP, durante seu pronunciamento.
Estavam aptas a apresentar ofertas no certame 31 companhias. : Petrobras, Aguila Energia, Apoema, Atem, BP Energy, Chevron, as chinesas CNODC e CNOOC, Dillianz, Dimensional Engenharia, Ecopetrol, Energizzi, Equinor, ExxonMobil, Federal Energia, Fluxus Óleo, Gás & Energia, Grupo Ubuntu, Karoon, Mandacaru Energia, Newo Óleo e Gás, NTF Óleo e Gás, Origem Energia, Petroborn Óleo e Gás, Petrogal, PetroRecôncavo, QatarEnergy, Shell, Sinopec, TotalEnergies e Westlawn Energia.
ARREMATE DA PETROBRAS
A Petrobras foi a empresa que mais levou blocos de petróleo e gás natural no 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão. A estatal comprou 13 blocos, informou a diretora-geral interina da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
"Na visão da ANP, o leilão foi extremamente positivo e demonstrou a confiança dos investidores, com a venda de 34 blocos", disse Patrícia Baran.
A dirigente destacou ainda que a norte-americana Chevron foi a empresa que mais pagou pelos blocos, no total R$ 350 milhões, e duas empresas estrearam no leilão da ANP, CNPC e Dillianz.
A Petrobras vai desembolsar R$ 139 milhões, em outubro, pelos 13 blocos adquiridos no 5º ciclo da Oferta Permanente sob o regime de Concessão. Segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard, a empresa conseguiu arrematar todas as áreas que tinha interesse.
"Conseguimos arrematar as áreas que eram nossas prioridades, oferecendo valores de bônus dentro das nossas premissas econômicas. Estamos satisfeitos com o resultado do leilão. Com esse resultado e com a continuidade das nossas atividades exploratórias, inclusive na Margem Equatorial e na bacia de Pelotas, persistimos otimistas em relação às nossas possibilidades de recomposição de reservas de petróleo e em relação à garantia da segurança energética do Brasil", disse Magda em nota.
A Petrobras adquiriu dez blocos na bacia Foz do Amazonas e três blocos na bacia de Pelotas. Na Bacia Foz do Amazonas, a Petrobras adquiriu os blocos FZA-M-1040, FZA-M-1042,FZA-M-188, FZAM-190, FZA-M-403, FZA-M-477, FZA-M-547, FZA-M-549, FZA-M-619 eFZA-M-621, em parceria com a ExxonMobil Exploração Brasil.
Nos cinco primeiros blocos o consórcio terá a Petrobras como operadora, com participação de 50%, em parceria com a ExxonMobil (50%). Nos outros cinco blocos, a ExxonMobil será operadora e a Petrobras terá participação de 50%.
Na Bacia de Pelotas, a Petrobras adquiriu os blocos P-M-1670, P-M-1672, P-M-1741 em parceria com a Petrogal Brasil S.A.
O consórcio terá a Petrobras como operadora em todos os blocos, com participação de 70%, em parceria com a Petrogal Brasil (30%)