Acesso à Série B foi decisivo para a RJ, afirma advogado do Náutico

O Náutico deu um passo decisivo para reorganizar sua situação financeira com a aprovação do plano de pagamento da Recuperação Judicial (RJ) pela maioria dos credores.

Conduzido pelo advogado Rodrigo Caú Beltrão, o processo é tratado como um marco histórico, especialmente em um ano também marcado pelo acesso da Série C para a Série B.

Em entrevista à Rádio Jornal, Beltrão destacou que a aprovação foi resultado de um trabalho coletivo envolvendo o jurídico, a consultoria financeira e integrantes da diretoria executiva e do conselho deliberativo.

Acesso à Série B foi um fator crucial

O retorno do Náutico à Série B também teve influência direta na construção do plano de recuperação. De acordo com o advogado, a melhora na perspectiva de receitas permitiu uma proposta mais equilibrada e factível.

“O futebol depende muito do resultado em campo. Na Série C, a capacidade de pagamento é muito mais limitada. O acesso à Série B melhora essa condição e ajudou a tornar o plano mais viável”, destacou.

Além disso, outro fator importante foi a previsão de ingresso dos recursos referentes ao crédito que o Náutico possui contra a Arena Pernambuco, decorrente da multa rescisória do contrato.

Segundo Beltrão, esse montante será a principal fonte inicial para o pagamento das obrigações, especialmente com credores trabalhistas.

“Sem esses recursos, o clube teria que impor condições ainda mais duras aos credores, com maiores descontos. Essa fonte de custeio foi vital para que o plano fosse aprovado”, explicou.

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Início dos pagamentos aos credores

O plano também prevê um período inicial de austeridade.

Em 2026, o Náutico não realizará pagamentos aos credores da RJ, considerando os desafios esportivos e financeiros da Série B.

Os pagamentos começam de forma escalonada:

• Julho de 2027: início dos pagamentos para parte dos credores
• 2028: pagamento do saldo restante dos credores trabalhistas

Em um cenário considerado conservador, a projeção indica que, mantendo-se na Série B, o Náutico poderá quitar integralmente seu passivo em até 12 anos. Um eventual acesso à Série A tende a acelerar esse processo.

Valores anuais previstos no plano

De acordo com a projeção apresentada:

• Série B: cerca de R$ 1,5 milhão por ano destinados aos credores da RJ
• Série A: cerca de R$ 3 milhões por ano

O advogado reforçou que essas obrigações não encerram todas as dívidas do clube, já que ainda será necessário negociar o passivo fiscal junto à Fazenda Nacional, etapa prevista para o primeiro semestre do próximo ano.

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