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Náutico aprova plano de recuperação judicial

Plano foi aprovado em todas as classes de credores, com maioria, e envolve deságios, prazos longos e carência. Dívida gira em torno de R$ 153 milhões

Por Thiago Wagner Publicado em 18/12/2025 às 20:35 | Atualizado em 18/12/2025 às 20:38

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O Náutico aprovou, nesta quinta-feira (18), o plano de recuperação judicial, em Assembleia Geral dos Credores realizada na Sala do Conselho Deliberativo. A decisão representa um avanço no processo de reorganização financeira do Timbu.

O plano foi aprovado nas três classes de credores, sempre com votação superior ao mínimo de 50% exigido pela legislação.

Entre os credores trabalhistas (Classe I), a aprovação alcançou 69,39%, enquanto os credores quirografários (Classe III) aprovaram o plano com 66,67% dos votos. Já entre as microempresas e empresas de pequeno porte (Classe IV), o índice foi ainda mais expressivo: 89,47%.

A condução do processo envolveu diretamente os departamentos financeiro e jurídico do Náutico, com apoio dos escritórios Cahu Beltrão Advogados e Petra Consultoria, responsáveis pela estruturação do plano apresentado aos credores.

Como ficou o plano de pagamento

O Náutico possui atualmente 781 credores, com uma dívida total estimada em R$ 152,8 milhões, distribuída da seguinte forma:

Classe I – Trabalhistas: 675 credores | R$ 123.341.282,03

Classe III – Quirografários: 68 credores | R$ 27.300.005,14

Classe IV – Micro e pequenas empresas: 38 credores | R$ 2.222.580,94

O plano aprovado prevê condições diferentes para cada classe:

Credores Trabalhistas (Classe I)

  • Créditos de até 15 salários mínimos: pagamento integral, sem deságio
  • Créditos entre 15 e 150 salários mínimos: deságio de 65%
  • Créditos acima de R$ 400 mil: deságio de 90%

Credores Quirografários (Classe III)

  • Parcela fixa de R$ 25 mil por credor
  • Deságio de 90% sobre o valor restante
  • Saldo pago em 120 parcelas mensais, após 18 meses de carência
  • Microempresas e empresas de pequeno porte (Classe IV)
  • Parcela fixa de R$ 20 mil por credor
  • Deságio de 90% sobre o valor excedente
  • Pagamento do saldo em 60 parcelas mensais, após 18 meses de carência

Próximos passos

Uma das principais fontes de recursos previstas no plano é a rescisão do contrato com a Arena de Pernambuco, ação na qual o Náutico já tem causa ganha, com valor estimado em R$ 20 milhões. Esse montante será utilizado para auxiliar no cumprimento das obrigações previstas na recuperação judicial.

Com a aprovação do plano, o processo segue agora para homologação judicial, etapa que oficializa os termos definidos em assembleia. A partir disso, o Náutico passa a operar dentro de um novo cenário financeiro, com previsibilidade de pagamentos e redução significativa do passivo.

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