Náutico aprova plano de recuperação judicial
Plano foi aprovado em todas as classes de credores, com maioria, e envolve deságios, prazos longos e carência. Dívida gira em torno de R$ 153 milhões
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O Náutico aprovou, nesta quinta-feira (18), o plano de recuperação judicial, em Assembleia Geral dos Credores realizada na Sala do Conselho Deliberativo. A decisão representa um avanço no processo de reorganização financeira do Timbu.
O plano foi aprovado nas três classes de credores, sempre com votação superior ao mínimo de 50% exigido pela legislação.
Entre os credores trabalhistas (Classe I), a aprovação alcançou 69,39%, enquanto os credores quirografários (Classe III) aprovaram o plano com 66,67% dos votos. Já entre as microempresas e empresas de pequeno porte (Classe IV), o índice foi ainda mais expressivo: 89,47%.
A condução do processo envolveu diretamente os departamentos financeiro e jurídico do Náutico, com apoio dos escritórios Cahu Beltrão Advogados e Petra Consultoria, responsáveis pela estruturação do plano apresentado aos credores.
Como ficou o plano de pagamento
O Náutico possui atualmente 781 credores, com uma dívida total estimada em R$ 152,8 milhões, distribuída da seguinte forma:
Classe I – Trabalhistas: 675 credores | R$ 123.341.282,03
Classe III – Quirografários: 68 credores | R$ 27.300.005,14
Classe IV – Micro e pequenas empresas: 38 credores | R$ 2.222.580,94
O plano aprovado prevê condições diferentes para cada classe:
Credores Trabalhistas (Classe I)
- Créditos de até 15 salários mínimos: pagamento integral, sem deságio
- Créditos entre 15 e 150 salários mínimos: deságio de 65%
- Créditos acima de R$ 400 mil: deságio de 90%
Credores Quirografários (Classe III)
- Parcela fixa de R$ 25 mil por credor
- Deságio de 90% sobre o valor restante
- Saldo pago em 120 parcelas mensais, após 18 meses de carência
- Microempresas e empresas de pequeno porte (Classe IV)
- Parcela fixa de R$ 20 mil por credor
- Deságio de 90% sobre o valor excedente
- Pagamento do saldo em 60 parcelas mensais, após 18 meses de carência
Próximos passos
Uma das principais fontes de recursos previstas no plano é a rescisão do contrato com a Arena de Pernambuco, ação na qual o Náutico já tem causa ganha, com valor estimado em R$ 20 milhões. Esse montante será utilizado para auxiliar no cumprimento das obrigações previstas na recuperação judicial.
Com a aprovação do plano, o processo segue agora para homologação judicial, etapa que oficializa os termos definidos em assembleia. A partir disso, o Náutico passa a operar dentro de um novo cenário financeiro, com previsibilidade de pagamentos e redução significativa do passivo.