Náutico: Médico do Paysandu confirma que Leandro Vilela pode estar apto a jogar, mas pondera que depende do retorno ao campo

O Náutico anunciou, nessa quarta-feira (18), a contratação do volante Leandro Vilela, ex-Paysandu. Apesar da oficialização, o nome do jogador gerou questionamentos por parte da torcida alvirrubra devido a uma grave lesão sofrida durante a Série B deste ano. Em setembro, o clube paraense chegou a divulgar nota oficial informando que o atleta havia rompido o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito e que precisaria passar por cirurgia, procedimento cuja recuperação costuma variar entre seis e nove meses.

Com isso, a contratação passou a ser vista com desconfiança. Porém, começaram a circular informações nas redes sociais de que Leandro estaria clinicamente apto para jogar e que recomendação cirúrgica teria sido um erro do departamento médico do Paysandu. Para esclarecer a situação, a reportagem do Blog do Torcedor entrou em contato com o médico ortopedista Edilson Andrade, integrante da comissão técnica do Paysandu e especialista em traumatologia e cirurgia do joelho.

O profissional negou erro de diagnóstico e enfatizou que a literatura médica é clara ao indicar cirurgia em casos de atletas de alto rendimento. “A recomendação padrão é o tratamento cirúrgico. Existe uma parcela muito pequena de pacientes com esse tipo de lesão que evolui bem sem cirurgia, mas, no atleta de alto rendimento, isso é arriscado”, explicou.

O médico detalhou que, inicialmente, todo o processo com Leandro seguiu o protocolo convencional. A decisão pela cirurgia foi tomada em consenso com o atleta, que inclusive deu anuência para a divulgação da nota oficial. No entanto, antes do procedimento, o jogador apresentava um estiramento associado, o que exigia um período de desinflamação de pelo menos quatro semanas antes da intervenção cirúrgica.

Durante esse intervalo, o quadro clínico do atleta apresentou evolução significativa. De acordo com Edilson, Leandro passou a se sentir bem, respondeu positivamente ao tratamento conservador e manifestou o desejo de não realizar a cirurgia. “Refizemos exames de imagem, testes físicos e de estabilidade, e ele estava muito bem. A vontade do paciente sempre se sobrepõe. Ninguém pode ser obrigado a se submeter a um procedimento”, explicou o médico, destacando que o ligamento apresentava sinais avançados de cicatrização.

Apesar da boa evolução, o profissional ponderou que Leandro não chegou a realizar a última etapa do processo de retorno, que é o treino com contato em campo. “Essa é a fase mais imprevisível, quando o atleta perde o controle total da situação e depende do adversário e do jogo. Ele não chegou a fazer essa etapa aqui”, afirmou. Ainda assim, Edilson confirmou que, clinicamente, o jogador pode estar apto, embora o risco exista. "O atleta mais do que ninguém conhece o corpo dele, sabe o que sente. Ele foi bem nos primeiros testes físicos e com o exame de imagem mostrando cicatrização, tem o risco, mas pode ir à campo", explicou.

Procurado pela reportagem, o Náutico informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que teve acesso a todos os exames médicos do atleta e que Leandro Vilela foi avaliado por dois profissionais, estando clinicamente liberado para atuar.

Além disso, segundo informações do GE, Leandro fez exames com médicos da Conmebol e foi liberado para ir à campo. No entanto, o jogador ainda passará por novos exames quando desembarcar no Recife.