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A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinda Ardern em lições de liderança com empatia e coragem

A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinda Arden é considerada liderança pelo seu trabalho na pandemia e foi motivo de palestra no Zendesk Relate

Por JC Publicado em 31/03/2025 às 15:43

Jacinda Ardern, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, subiu ao palco do Zendesk Relate 2025 para compartilhar uma visão poderosa sobre liderança com propósito.

Com uma trajetória marcada por desafios extremos — governou o país durante a pandemia de COVID-19, enfrentou uma devastadora erupção vulcânica e liderou a nação após o pior ataque terrorista de sua história, transmitido ao vivo pelo Facebook — Jacinda revelou que o verdadeiro segredo para navegar tempos difíceis está na empatia, autenticidade e transparência.

Embora tenha comandado a Nova Zelândia por cinco anos, Ardern não se considera uma política, mas sim uma líder por acaso. Ela revelou que descobriu que estava grávida apenas uma semana antes de assumir o cargo, o que adicionou outra camada de desafio à sua jornada.

“Eu não tinha todas as respostas. Muitas vezes, eu simplesmente admitia isso. Mas o que fiz foi ser honesta e garantir que haveria um plano para seguirmos juntos”, afirmou.

Essa postura, baseada na verdade e transparência, construiu uma relação de confiança com seus compatriotas e fez do seu governo um exemplo de liderança em tempos de crise.

O peso da síndrome do impostor


Mesmo com o mundo admirando seu trabalho cuidadoso e inovador durante a pandemia, Jacinda admitiu que enfrentou a síndrome do impostor ao longo de sua trajetória.

O medo de não estar preparada ou de errar a acompanhou durante todo o mandato. Mas, em vez de permitir que essa insegurança a paralisasse, ela a transformou em combustível para estar sempre preparada. “Se você duvidar de si mesmo, use isso para se preparar. Não tenha vergonha de duvidar, mas evite que esse medo te paralise ou te impeça de seguir adiante.”

Empatia como força, não fraqueza


Muitas vezes criticada por sua sensibilidade, Jacinda Ardern demonstrou que empatia não é fraqueza — é força. Ela destacou que o verdadeiro diferencial na liderança não está apenas nas decisões, mas em como essas escolhas são feitas. Para ela, aproximar-se das pessoas, estar presente nos momentos bons e ruins, ouvir e agir de forma consistente é o que fortalece os laços entre líder e liderados.

Três pilares para liderar com empatia


Ardern apresentou os três pilares fundamentais que nortearam seu estilo de liderança:

 

Autenticidade – Ser verdadeira consigo mesma e com os outros, sem construir uma persona inatingível.
Ação – Ir além das palavras, colocando empatia em prática em cada decisão.
Previsibilidade – Garantir que, mesmo em tempos incertos, as pessoas saibam que podem contar com uma liderança coerente e confiável.

Da política para a vida corporativa: decisões e arrependimentos

Agora afastada da política, Jacinda vive em Cambridge, onde se dedica à família e faz um curso em Harvard sobre liderança. Ela também está prestes a lançar seu livro “Liderando com Empatia”, que será publicado em 1º de junho.

Durante sua fala, destacou que as lições que aprendeu no governo não se aplicam apenas à política. “A vida corporativa é muito parecida com a vida pessoal. Tudo se resume a decisões e escolhas. O diferencial está em como fazemos essas escolhas — e em saber que arrependimentos podem fazer parte do processo.”

Um novo capítulo: documentário e livro a caminho

Além do lançamento do documentário, Jacinda também anunciou a novidade: um livro, "Liderança com Empatia", que será lançado no dia 1 de junho. Embora esteja afastada da política, o impacto da sua liderança continua a inspirar líderes em todo o mundo, especialmente aqueles que buscam equilibrar resultados com empatia e humanidade.

Jacinda Ardern encerrou sua participação com uma reflexão poderosa: "Quando você estiver fazendo algo desafiador, nunca se esqueça de procurar alegria em algum lugar. Isso fará toda a diferença.”

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