Os Abandonados, da Netflix, é baseada em fatos reais?
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A primeira cena de Os Abandonados já deixa claro: ali tem mais do que apenas um faroeste. Tem dor, lealdade, famílias improváveis e duas matriarcas que fariam até Game of Thrones tremer.
Mas será que essa história intensa da Netflix nasceu de um evento real? Ou é pura ficção com drama, pólvora e traição? A resposta não é tão simples quanto parece.

O que inspirou Os Abandonados?
Kurt Sutter, criador de Sons of Anarchy, sempre quis fazer um faroeste, e Os Abandonados nasce desse desejo antigo. Mas ele não tirou a premissa do nada. A série é ficcional, porém profundamente inspirada em conflitos reais entre famílias do Velho Oeste e até em episódios ligados à formação da própria máfia siciliana.
Sutter estudou como famílias camponesas sicilianas foram expulsas de suas terras por barões ricos até perceberam que, unidas, eram mais fortes. Não é exatamente a história de Fiona, mas a base está ali: quando a lei não protege, as pessoas criam suas próprias regras. E o que isso revela sobre nós? Será que qualquer um poderia se tornar algo terrível para proteger quem ama?
Ele também buscou referência em Bonanza, especialmente no tema da vingança, um combustível que parece inocente no começo, mas sempre termina cobrando um preço alto. Curioso perceber como esses elementos se encaixam na narrativa da série, né?

Duas matriarcas, duas visões de família
Fiona Nolan (Lena Headey) e Constance Van Ness (Gillian Anderson) podem até parecer opostos completos, mas a série tem um prazer quase cruel em mostrar como elas se aproximam e como cada escolha delas tem um custo devastador.
Fiona lidera uma família construída, feita de jovens que ela acolheu na marra da vida. Já Constance defende seus filhos de sangue com unhas, dentes e uma frieza que impressiona. Dois modelos de maternidade, dois tipos de amor, dois jeitos diferentes de lutar.
Os criadores queriam justamente isso: apagar a linha entre heroína e vilã. Em certos momentos, você torce por Fiona. No minuto seguinte, entende Constance. E então volta a odiá-las. O ponto que mais cutuca o espectador é a pergunta que a própria história repete em silêncio: o que você faria para proteger sua família?

O impacto por trás da ficção
Mesmo sendo uma obra fictícia, Os Abandonados conversa diretamente com temas que continuam moldando o mundo. Não é só sobre terra, poder e sangue, é sobre pertencimento, sobre tentar sobreviver quando tudo parece manipulado por forças maiores.
Ao colocar duas mães, não pistoleiros, não xerifes, no centro do conflito, a série subverte o que esperaríamos de um faroeste. E essa escolha não é aleatória. Sutter queria explorar como amor e lealdade podem ser tanto remédio quanto veneno.
Os produtores também reforçam que o objetivo nunca foi entregar um manual moral, e sim provocar reflexão. O que é família? Sangue? Escolha? Sobrevivência? Com Fiona e Constance, percebemos que nenhuma resposta é simples, e talvez seja justamente por isso que a série agrada tanto o público.
Os Abandonados está disponível na Netflix.
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