7 séries que quiseram ser a nova Stranger Things – e não conseguiram
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Quando Stranger Things virou um fenômeno global, em 2016, começou uma corrida silenciosa dentro dos streamings: todo mundo queria encontrar “o próximo grande hit adolescente com mistério, nostalgia e monstros”. Alguns chegaram perto, outros tropeçaram pelo caminho… e alguns até brilharam, mas nunca no mesmo nível dos garotos de Hawkins. Mas o que exatamente faltou para essas produções alcançarem o mesmo impacto?
Prepare-se: a lista revisita expectativas frustradas, promessas não cumpridas e aquelas séries que até tinham potencial, mas perderam a corrida antes da linha de chegada.
Dark
Dark sempre foi a “série séria” da comparação. A Netflix tentou vender o título alemão como “a versão mais adulta de Stranger Things”, mas a verdade é que Dark nunca jogou o mesmo jogo. Enquanto Hawkins flertava com nostalgia oitentista, Dark mergulhava em viagens temporais complexas que exigiam atenção absoluta. Será que esse foi o problema?
Mesmo com uma trama brilhante, muitos espectadores esperavam o charme leve e o carisma do grupo de amigos que conquistou o mundo em 2016. Só que Dark entregava o contrário: clima pesado, histórias cruzadas e um mundo onde absolutamente nada era simples. Isso afastou quem buscava uma sensação parecida com Hawkins — e aproximou quem amava enigmas. Um equilíbrio impossível?
No final, Dark virou cult, virou referência, virou estudo de caso, mas nunca virou o fenômeno mainstream que copiaram por aí. E talvez justamente por isso ela tenha se tornado tão especial… mas não a nova Stranger Things. Irônico, não?
I Am Not Okay With This
Com Sophia Lillis no centro de tudo, I Am Not Okay With This tinha exatamente a vibe que poderia competir com o clima sobrenatural adolescente: poderes emocionais, conflitos internos e aquela estética indie meio desajeitada. Parecia o tipo de série pronta para crescer episódio após episódio… até a pandemia cancelar tudo. Frustração define.
A trama apostava num estilo mais intimista, focado nas dores da adolescência e no autodescobrir-se enquanto o mundo ao redor desmoronava, literalmente. Era Stranger Things sem o Demogorgon, mas com a mesma inquietação emocional. Não é curioso pensar no que ela poderia ter sido com mais tempo?
Com um final abrupto e sem conclusão, a série virou um lembrete cruel de como boas ideias podem ser engolidas por circunstâncias externas. Uma pena: talvez ela fosse a que mais tinha potencial de crescer organicamente.
Locke & Key
Locke & Key tinha tudo para pegar carona no hype: casa misteriosa, adolescentes curiosos, vilã demoníaca, magia e drama familiar. Só que, ao tentar agradar tanto o público jovem quanto o fã do terror original das HQs, a adaptação acabou ficando no meio do caminho. Quem nunca passou por isso?
A série até conquistou sua base, mas perdeu força quando suavizou elementos sombrios essenciais da obra original. Enquanto Stranger Things abraçava cada vez mais o horror sci-fi, Locke & Key parecia hesitar, como se tivesse medo de assustar demais, ou de ousar demais. Será que isso diluiu seu impacto?
No final, virou um entretenimento leve e simpático… mas não marcante. E para ser “a próxima Stranger Things”, não basta ser boa: precisa ser inesquecível.
O Instituto
Quando uma série adapta um livro de Stephen King e, ainda assim, é comparada a Stranger Things, já sabemos que a luta é injusta. The Institute pareceu inspirar-se justamente no que Stranger Things pegou de King: crianças com poderes, governo sombrio, instalações secretas. O ciclo de influência ficou completo, e um pouco confuso.
A história tinha tensão, personagens fortes e um clima intenso que remetia ao terror clássico do autor. Mas faltava o elemento de laços afetivos que tornou Hawkins tão popular. Sem um “grupo”, sem uma Eleven carismática, a série perdeu a conexão emocional. Dá para vencer sem conquistar o coração do público?
Apesar da boa execução, O Instituto nunca alcançou o mesmo barulho. Era como olhar para o mapa do tesouro certo… mas seguir por caminhos menos impactantes.
One Piece
Aqui, a comparação não é estética, é estratégica. Assim como Stranger Things, One Piece foi vendido como “o próximo grande universo da Netflix”. E sim, ele entregou aventura, emoção, humor e uma base de fãs gigantesca. Mas nunca teve a intenção de ser uma série sobrenatural adolescente. Então por que entrou na corrida?
O live-action apostou em carisma, exageros deliciosos e personagens maiores que a vida, completamente distantes da vibe de Hawkins. Mas o streaming insistiu em colocar One Piece no mesmo patamar de seus “megahits”, criando expectativas irreais. Será que isso atrapalhou a percepção?
A verdade é que One Piece acertou em ser o que Stranger Things nunca quis ser: uma fantasia pirata gigante. Só não virou um substituto, porque nem deveria.
Paper Girls
Paper Girls era Stranger Things para quem queria uma visão feminina, ácida e cheia de viagens temporais. Tinha elenco forte, estética retrô e uma vibe deliciosamente caótica. Mas, mesmo assim, o público não chegou em peso. Falta de marketing? Timing errado? Doses de azar?
A história fazia um ótimo trabalho ao misturar sci-fi com drama adolescente, criando tensão e ternura na medida certa. Era divertida, rápida, surpreendente, tudo que uma série do gênero precisa. Então por que não estourou? A pergunta ecoa nas discussões de fãs até hoje.
Cancelada cedo demais, Paper Girls virou aquele “e se?” eterno. Um potencial desperdiçado que, com tempo e investimento, poderia ter se tornado um fenômeno.
Goosebumps (2023)
Goosebumps 2023 entendeu exatamente o que Stranger Things fez: grupo de adolescentes, clima sobrenatural leve, humor misturado com sustos. Só que seguiu essa fórmula de forma tão certinha que acabou perdendo identidade. Afinal, imitar demais é um risco sério, não?
A série entrega diversão, nostalgia e um agradável clima de aventura juvenil, mas nunca arrisca algo realmente inesperado. Fica a sensação de que ela sempre joga seguro, exatamente o contrário de Stranger Things, que escalou da bike para o apocalipse sem medo.
Mesmo assim, é uma boa pedida para quem gosta do estilo, só não o suficiente para criar um novo fenômeno. Cena após cena, sentimos que ela tenta… mas não chega lá.
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