No Brasil, recorde da Playboy ficou em 1999 e as vendas só caem

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 13/10/2015 às 17:20
As capas de Joana Prado, a Feiticeira, e Suzana Al
As capas de Joana Prado, a Feiticeira, e Suzana Al

Eis a capa da primeira Playboy lançada, com Marilyn Monroe, nos EUA/Fotos: reprodução da internet Eis a capa da primeira Playboy lançada, com Marilyn Monroe, nos EUA/Fotos: reprodução da internet

Desde a nudez de Marilyn Monroe, na primeira edição da Playboy, em 1953, nos Estados Unidos, muitas peças de roupa foram dispensadas ou evitadas nos ensaios publicados pela revista naquele país e nos muitos outros para o qual a Playboy foi licenciada - no Brasil, por exemplo, já são 40 anos. A revista americana agora regride, informando que, a partir de março de 2016, as fotos serão mais provocativas do que reveladoras, como as que são postadas no seu Instagram. Assim farão com que o conteúdo seja acessado para maiores de 13 anos, o que alarga o público-alvo.

A decisão foi tomada devido à força do mercado pornográfico, sobretudo na internet, no qual nudez é produto mínimo, na prateleira sexual. Mas a isso some-se também a forma como redes sociais e aplicativos facilitaram a nudez e a tornaram rotineira, em serviços como o Snapchat - que o diga a popularização dos "nudes"... Em entrevista ao Zero Hora, o editor da Playboy brasileira, Sérgio Xavier, diz não ter recebido nenhuma orientação da licenciadora americana; ele fala também que as licenciadas têm liberdade, mas que acha a transição com sentido.

As capas de Joana Prado, a Feiticeira, e Suzana Al As capas da Feiticeira (Joana Prado) e Tiazinha (Suzana Alves) foram, respectivamente, a 1ª e a 2ª mais vendidas no Brasil, ambas em 1999 e com mais de um milhão de exemplares

É lógico que se opere a mudança: as cinco edições mais vendidas da Playboy no Brasil ficaram nos anos de 1995, 1998 e 1999 - três delas, pelo menos, com tiragens em torno de um milhão de exemplares. A lista é a seguinte: Joana Prado (Feiticeira), Suzana Alves (Tiazinha), Adriane Galisteu, Scheila Carvalho e, por último, o ensaio de Scheila Carvalho com Sheila Melo.

Já as de menor saída venderam menos do que cem mil exemplares e são de 2012 para cá. Não há dados recentes, mas a de fevereiro deste ano, com Nuelle Alves, rendeu 75 mil exemplares. O comparativo demonstra com clareza o enfraquecimento da revista como produto que é - ao longo dos anos ela cai em vendas ao passo em que a tecnologia avança e provoca mudanças de comportamento, interação e consumo.

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