Nos filmes, a mentira pode ir além de uma simples brincadeira e virar até caso de polícia ou o impulso para cometer crimes. E têm aqueles que fazem de mentir uma profissão, uma forma de sobrevivência ou, até mesmo, usam como pretexto para agir em prol de uma boa causa. No cinema há vários exemplos de mentirosos natos. Dá uma olhada:
Pinóquio - Pinóquio (1940)
O boneco de madeira ganha vida e deseja ser um menino de carne osso, mas precisa provar que é digno da transformação. No entanto, é imposta uma condição: toda vez que ele conta uma mentira, o nariz dele cresce. Cabe a consciência do garoto, interpretada por um grilo falante, a tarefa de ajudá-lo a fazer suas escolhas.A animação dirigida por Norman Fergunson, T.Hee, Wilfred Jackson, Jack Kinney, Hamilton Luske, Bill Roberts e Bem Sharpsteen levou duas estatuetas no Oscar® de 1941: Melhor Trilha Sonora e Melhor Música.
Eve - A Malvada (1950)
A época dourada de Hollywood também popularizou personagens como o de Anne Baxter (Eve). Eve é uma atriz veterana que aproveita a ingenuidade da iniciante Margo (Bette Davis), e finge ser amigável para tomar o seu lugar na companhia de teatro. As maldades de Anne contra Margo agradaram a Academia e o filme foi indicado a 14 estatuetas e levou seis, incluindo Melhor Filme.
Chuck Tatum - A Montanha dos Sete Abutres (1951)
Jornalista renomado da cidade grande, Chuck Tatum (Kirk Douglas) acaba indo trabalhar em jornal pequeno de Albuquerque, Novo México, após ser demitido de seus antigos empregos. Mas ele deseja retomar o prestígio de antes e então surge a situação perfeita: homem fica preso em mina ao ir procurar por relíquias. Chuck transforma o acontecimento da pequena cidade em um evento nacional. O jornalista manipula pessoas e ações para que o fato se prolongue ao máximo. A história do jornalista que criou um circo midiático garantiu ao filme a indicação de Melhor Roteiro no Oscar® de 1952.
Ferris Buller - Curtindo a Vida Adoidado (1986)
Clássico dos anos 1980, a produção conta a história de Ferris Buller (Matthew Broderick) que resolve matar aula para ter um dia só para ele. Ferris consegue enganar seus pais e sair pela cidade com o amigo Cameron (Alan Ruck) e a namorada Sloane (Mia Sara). Quem não se lembra da cena de Ferris cantando “Twist and Shout” e dançando ao som da canção dos Beatles? Matthew Broderick concorreu ao Globo de Ouro de Melhor Ator – Comédia/Musical e quem assina a direção é John Huges.
Daniel Hillard/ Sra. Euphegenia Doubtfire - Uma Babá Quase Perfeita (1993)
Após divorciar-se da mulher, Miranda Hillard (Sally Field), a situação não fica nada amigável. Como Mirranda pede a guarda dos filhos, Daniel Hillard (Robin Williams) arruma uma maneira de passar mais tempo com eles e se transforma em Sra. Doubtfire, a empregada divertida, atrapalhada e que cuida muito bem das crianças. O filme é considerado uma das principais comédias dos anos 1990, e ganhou o Oscar® de Melhor Maquiagem.
Flecther Reed - O Mentiroso (1997)
O advogado interpretado por Jim Carrey (Flecther Reed) possui um vício: a mentira. Até que seu filho Max (Justin Cooper), ao assoprar as velas do bolo de aniversário, faz um desejo pedindo para que o pai pare de mentir. Fletcher fica confuso com a nova condição, e não sabe o motivo de tamanha sinceridade da noite para o dia. Ainda mais quando precisa defender uma cliente que deseja tirar os bens do marido. Por esse papel, Jim Carrey foi indicado o Globo de Ouro, em 1998, na categoria de Melhor Ator - Comédia/ Musical.
Tom Ripley - O Talentoso Ripley (1999)
Tom Ripley (Matt Damon) é capaz de imitar outras pessoas com perfeição. Ele consegue desde replicar a assinatura até incorporar os trejeitos de alguém. Por essa razão, a partir de um casaco emprestado, Ripley conhece o empresário Herbert Greenlaf (James Redhorn), recebe mil dólares e viaja à Itália na tentativa de trazer de volta Dickie (Jude Law) – filho de Greenlaf. Lá, Tom desfruta de tudo que uma vida luxuosa proporciona e conta com a amizade de Dickie e sua namorada Marge (Gwyneth Paltrow). Mas o passado de Tom Ripley começa a ser questionado, deixando-o em situações desconfortáveis. Além disso, os acontecimentos não ocorrem conforme os seus planos. Então, ele toma medidas extremas: mata Dickie e assume sua identidade. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar®, e o sinistro Tom Ripley rendeu ao ator Matt Damon a indicação de Melhor Ator - Drama no Globo de Ouro.
João Grilo - O Auto da Compadecida (2000)
Inteligente e rápido, João Grilo (Matheus Nachtergale) não pensa duas vezes em contar uma mentira para se livrar de qualquer enrascada ou tirar vantagem de alguém. Ao lado de Chicó (Selton Mello, João Grilo usa a mentira como um meio de sobreviver à pobreza e à miséria do sertão nordestino.A obra cinematográfica dirigida por Guel Arraes, inpsirada na obra do romancista Ariano Suassuna, venceu em três categorias no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2001: Melhor Diretor, Melhor Ator (Matheus Nachtergale) e Melhor Roteiro.
Frank Abagnale Jr. - Prenda-me Se For Capaz (2002)
O charmoso golpista interpretado por Leonardo DiCaprio (Frank Abagnale Jr.) é mestre na arte de enganar. Baseado em fatos reais, o filme narra as falcatruas de Frank que, antes mesmo de completar 19 anos de idade, consegue ficar milionário ao se passar por piloto de avião da famosa companhia aérea Pan Am, médico e advogado. Tudo isso acontece enquanto um agente do FBI (Tom Hanks) segue cada passo a fim de capturá-lo. Com direção de Steven Spielberg, Prenda-me se for Capaz rendeu a DiCaprio a indicação ao Globo de Ouro, em 2003, como Melhor Ator - Drama. E também recebeu duas indicações ao Oscar® naquele ano: Melhor Ator Coadjuvante (Christopher Walken) e Melhor Trilha Sonora.
Alexander - Adeus, Lenin! (2003)
O ator Daniel Brühl é Alexander. A mãe dele acorda após longo período em coma – ela fica desacordada desde 1989, antes da queda do muro de Berlim, até meados dos anos 1990. Assim, para não chocá-la com a realidade atual, ele tenta recriar a Alemanha Oriental. O filme foi indicado na categoria de Melhor Filme estrangeiro no Globo de Ouro em 2004.
Billy e Colin Sullivan - Os Infiltrados (2006)
Billy (Leonardo DiCaprio) e Colin Sullivan (Matt Damon) se envolvem em um esquema perigoso. Um é policial e se infiltra na máfia para saber dos planos do bando de criminosos liderado por Frank Costello (Jack Nicholson). O outro é policial corrupto e está a serviço dos bandidos. Sustentar a mentira é vital para a sobrevivência de ambos em meio à violência de Boston.O filme ganhou quatro estatuetas no Oscar® de 2007, incluindo Melhor Diretor para Martin Scorsese. Leonardo DiCaprio foi indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator – Drama.
Nick Naylor - Obrigado Por Fumar (2006)
Porta-voz de uma grande empresa no ramo do tabaco, Nick Naylor (Aaron Eckhart) precisa contar uma série de mentiras e manipular informações para vender cigarros e fazer com que os produtos sejam vistos com bons olhos na TV. Mas, ao mesmo tempo, tenta servir de exemplo de conduta ao seu filho de 12 anos. Pelo seu papel como o esperto Nick Naylor, Aaron Eckhart foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator – Comédia/Musical.
Marcelo - VIPs (2011)
Em busca de sua identidade, Marcelo (Wagner Moura) acaba assumindo a de outras pessoas, aplicando golpes. Ele sonha em ser piloto de avião, assim como o pai. O filme é inspirado na vida de Marcelo Nascimento da Rocha, estelionatário cujo maior golpe foi se passar pelo filho do dono da companhia aérea Gol. A produção é adaptada do livro VIPs – Histórias Reais de Um Mentiroso, de Mariana Caltabiano.
Irving Rosenfeld e Sidney Prosser - Trapaça (2013)
Mais uma dupla na lista, e esses dois trapaceiros não poderiam ficar de fora. Irving Rosenfeld (Christian Bale) e Sidney Prosser (Amy Adams) são golpistas experientes e parceiros de longa data. Ao serem forçados a trabalhar com o agente do FBI Richie DiMaso (Bradley Cooper) em um caso de corrupção política, eles se envolvem com pessoas poderosas e criminosos ligados à máfia de Nova Jersey. Os golpes de Irving e Sidney garantiram indicações ao Oscar® para Amy Adams e Christian Bale nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator Coadjuvante. A produção dirigida por David O. Russell foi indicada a dez categorias.
