Os olhos de todos foram parar no decote de Vanessa da Mata, sexta (17), no show do Chevrolet Hall. A cantora e compositora matogrossense exibia um colo belíssimo. Parecia fazer a linha "gostosa", tendo rebolado até o chão na música Rebola nega. Bastante querida no Recife, ela foi motivo da ida de muita gente à casa de shows. Houve até uma notada debandada pós-ela. Com turnê aparentemente despretensiosa em termos de produção, se comparada as suas anteriores, o painel florido no cenário e o figurino dourado de Vanessa, com seus cabelos cacheados e a flor enfeitando, formavam, plasticamente, uma imagem dos anos 70.
Fotos: Felipe Souto Maior/Divulgação
No repertório coube quase todo seu último álbum, Segue o som. Não rolou Espere por mim morena, que ela havia anunciado nas entrevistas que deu dias antes ao show, nem os hits Ai, ai, ai e Good luck/Boa sorte, o que não causou "estresse" entre os fãs e é admirável: imagine um artista abrir mão do seu porto mais seguro.
Caetano, que se apresentou depois, seguiu à risca o roteiro de Abraçaço, inclusive desabotoando a camisa em De noite na cama. Show lindo - cenário, repertório, iluminação - e redondo. Sem tirar nem por. Com a força de Caetano.
Ponto gélido da noite foram as mesas dispostas na frente do palco e com espaço ocioso entre esta área e a pista. A impressão é de que funcionou como uma barreira cortando o clima. Vanessa da Mata, em momento ainda inicial do show, correu para o canto direito, dando atenção à pista, de certa forma ignorando os que estavam sentados às mesas.
Para a proposta dos shows daquela noite - tanto o dela quanto o de Câe -, os camarotes teriam acolhido bem o público que quis vê-los sentados. A falta de contato direto, da energia trocada entre o artista no palco e os mais enérgicos aos pés dele, teve efeito no resultado da noite: ótima de shows, mas com energia meio morna.
