
por Mateus Araújo
Adriana Falcão, aos 54 anos, acredita que o amor é o grande trunfo para levar a vida adiante. “Parece clichê, mas é verdade”, garante a escritora, que é uma das homenageadas da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto). Com uma vida corrida e produtiva, às vésperas do último capítulo do seriado A grande família (que será exibido na próxima quinta, 11), para o qual Adriana escreveu por uma década, ela não pensa duas vezes em afirmar que 2014 está sendo o seu grande ano.
Adriana: cheia de projetos. Foto: Daryan Dornelles/Divulgação
Carioca que morou 21 anos no Recife e levou o nosso bom humor como tempero inigualável de suas receitas de dramaturgia, Adriana nem bem se despede do programa global e já se prepara para novos projetos: em breve, ela lança um novo livro, Queria ver você feliz, sobre a história dos seus pais, e está gravando o filme Desculpe o transtorno, com roteiro seu em parceira com as filhas Tatiana e Clarice e o genro Gregório Duvivier. Ela carrega a alcunha de mãe-coruja de uma família de artistas. Dona de um texto fluido e que fala a língua dos brasileiros – quase sempre com pitadas nordestinas – Adriana Falcão faz do bom humor um caminho inteligente e criativo para suas obras. Autora de livro como A máquina (adaptado, com sucesso, para o teatro e cinema, quando revelou os atores Wagner Moura e Lázaro Ramos), Mania de explicação, O doido da gaiola e Sete coisas para contar e se divertir!, ela agora decidiu se transformar no amor, para falar de dor. No dia 25, chegam às bancas Queria ver você feliz, livro no qual Adriana conta a história da família dela. “É uma história bem dramática, sobre os meus pais. Eles foram pessoas muito interessantes, inteligentes e cultas, mas todos os dias tinham problemas. Meu pai era depressivo; minha mãe, agoniada. Ele se suicidou quando eu tinha 18 anos. E ela morreu, depois, com uma overdose de medicamentos”, diz.
Em entrevista no final de A Grande Família. Foto: TV GLobo/Divulgação
A escritora, durante 30 anos, foi casada com o diretor pernambucano João Falcão de quem se separou recentemente. “Eu tive uma história linda com João, e achei que nunca ia acabar. E de repente acabou. E eu tive que me reinventar”, afirma Adriana, para quem o amor ainda é possível em todas a relações – sejam elas amorosas, fraternas ou ágapes – embora com uma face bem diferente daquela que Adriana enxergava aos 20 anos, antes de tantos encontros e desencontros. “Quando a gente consegue ser grande suficiente para fazer as coisas em nome do amor, quando a gente consegue ser menos egocêntrico e vaidoso, e pensar amorosamente, é claro que as coisas saem muito melhor. Inclusive profissionalmente. Amor é o grande trunfo para levar a vida adiante.”