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'Só um milagre recolocaria Bolsonaro na disputa', afirma Flávio

O senador do PL já se colocou como o nome que vai representar a direita na corrida eleitoral para a disputa da presidência da República em 2026

Por Estadão Conteúdo Publicado em 16/12/2025 às 21:45

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira, 16, considerar que só um "milagre" habilitará seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a concorrer a eleição de 2026. Flávio e outros integrantes de direita ainda defendem publicamente uma candidatura de Bolsonaro, e o senador chegou a dizer que a elegibilidade de seu pai é o preço que aceitará para retirar seu nome da corrida eleitoral. Jair Bolsonaro foi preso em novembro e está inelegível.

"Internamente, sempre discutimos isso minha candidatura. Para fora, temos que sustentar. Só um milagre poderia recolocar o presidente Bolsonaro de volta na disputa, porque, como num lampejo, num passe de mágica, o Brasil voltar a respirar democracia, ter uma justiça isenta. No mundo real, na nossa visão humana, é difícil acreditar que isso aconteça de uma hora para outra", declarou, em entrevista ao canal da Revista Oeste.

Flávio afirmou que buscou solucionar desavenças "no bastidor", mas que o "bate-cabeça" na direita foi um dos fatores que o levaram a anunciar sua pré-candidatura. O senador também disse esperar um "alinhamento automático" a seu nome, entre os partidos de centro, por ser filho de Jair Bolsonaro.

Equipe econômica

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira, 16, que tem conversado com o ex-ministro Paulo Guedes, mas que não há definição sobre quem comandará sua equipe econômica. Segundo Flávio, porém, a pessoa escolhida terá a mesma escola de Guedes, com defesa do livre mercado.

"Falo com o professor Paulo Guedes sempre que tenho alguma dúvida na parte da economia... É certamente uma pessoa que estará disponível. O que tenho dito, enquanto não tenho pacote pronto para falar publicamente dos pilares do que pretendo fazer, mas sem dúvida é dar continuidade ao que o ministro Paulo Guedes vinha fazendo", declarou em entrevista ao canal do YouTube da Revista Oeste.

O senador reafirmou que buscará continuar as políticas econômicas adotadas no governo de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Quando for anunciar alguém, a pessoa que vai dar esse norte para nossa economia, quando do momento oportuno, vai ser alguém que tenha a mesma escola, que pense igual, que tenha as mesmas características de buscar o livre mercado, de fazer o que deu certo no governo Bolsonaro", falou.

Bolsa Família

Flávio disse que o caminho para o Bolsa Família, programa criado pelo governo do PT, é manter por um tempo os benefícios para aqueles que conseguirem emprego. "No governo Bolsonaro, a pessoa que estava no Bolsa Família e conseguia emprego com carteira assinada continuava ganhando R$ 200 por até dois anos, até o cara se estabilizar no emprego. O presidente Bolsonaro premiava .. Esse é o caminho", declarou.

Apoio de líderes de direita

O postulante à presidência em 2026, Flávio Bolsonaro afirmou que vai procurar interlocutores da direita em países como Israel, Estados Unidos e em nações latino-americanas para mostrar "unidade".

"Temos que buscar inspiração em Israel, nos próprios Estados Unidos. Pretendo fazer essa rodada, talvez no fim de janeiro, começo de fevereiro, para buscarmos essa unidade internacional que é muito importante", declarou em entrevista ao canal do YouTube da Revista Oeste. A intenção de Flávio de visitar outros países a partir de 2026 foi adiantada pelo Broadcast Político.

Flávio disse que o governo de Javier Milei, na Argentina, é uma "inspiração". "Não tem como dizer que o Milei não é inspirador para a gente aqui. Pegou a Argentina no cenário de terra arrasada, inflação altíssima, desemprego e criminalidade altos. Em quatro anos, comunicando as medidas tomadas, explicando que seriam medidas duras, após começarem a se concretizar, o povo argentino veria os avanços que aconteceriam", falou.

O senador também afirmou estar "empolgado" com o futuro governo de José Antonio Kast, presidente eleito do Chile. "Óbvio que empolga o que está acontecendo no Chile, com o presidente eleito (Antonio) Kast, que é uma pessoa que sempre participou dessas conversas a nível internacional, com o próprio Eduardo Bolsonaro", disse.

Perguntado sobre eventuais resistências do mercado financeiro a seu nome, Flávio respondeu: "Sei que estavam comprados, precificados com Tarcísio de Freitas. Na cabeça deles, Tarcísio era o candidato mais indicado para derrotar o Lula. ... O mercado financeiro chegará à conclusão de que é importante remarmos juntos para evitar que o Brasil pule de um precipício sem paraquedas".

Vice

Flávio afirmou estar cedo para definir quem comporá sua chapa como vice. "Está muito cedo para falar disso. Temos que esperar até o fim de março, começo de abril. Até lá, dei tempo suficiente para os partidos fazerem as análises nos Estados, os impactos de estarem conosco no primeiro turno ou virem com a gente no segundo turno", falou.

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