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Centrão freia decisão imediata sobre candidatura de Flávio e vê espaço para nome alternativo

Presidente do PP, Ciro Nogueira afirmou que "política não se faz só com amizades" e defende escolha construída entre partidos de centro e direita

Por Estadão Conteúdo, Pedro Beija Publicado em 08/12/2025 às 18:06

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*Com informações de Estadão Conteúdo

O avanço da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência da República não tem produzido adesões imediatas no Centrão. Aliado próximo do senador, o presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou nesta segunda-feira (8) que "política não se faz só com amizades" e defendeu que a escolha do campo de centro e direita para 2026 precisa ser construída coletivamente, e não definida apenas pelo PL.

Partidos do bloco têm evitado embarcar de imediato na aposta do PL. Lideranças do Republicanos - partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas - avaliam que é cedo para consolidar um apoio e preferem aguardar um cenário mais claro.

Três dias após o anúncio de Flávio, Tarcísio ainda não havia feito declarações públicas sobre o tema. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, chegou a ser convidado para uma reunião com o senador, mas não deve participar. A sigla abriga setores que defendem Tarcísio como opção competitiva para 2026.

No PSD, o presidente nacional Gilberto Kassab também não se manifestou. Ele é um dos principais entusiastas do nome de Tarcísio e mantém, internamente, a pré-candidatura do governador do Paraná, Ratinho Jr., que apareceu bem posicionado na pesquisa CNT/MDA divulgada no fim de novembro.

Segundo integrantes do Centrão, a avaliação predominante é de que o bloco só deve tomar posição no ano que vem, destacando que “em dezembro, nunca se decide um nome”. Há desconfiança sobre a durabilidade da pré-candidatura de Flávio, vista por alguns dirigentes como uma estratégia temporária para manter a família Bolsonaro em evidência e “deixar a chama acesa” até o início de 2026.

Dirigentes lembram ainda que o senador tem uma reeleição considerada tranquila no Rio de Janeiro, o que torna incerto que ele arrisque um mandato seguro para entrar na disputa presidencial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Enquanto isso, Flávio segue conversando com partidos do Centrão, como o PP, e busca construir uma coalizão que envolva legendas como União Brasil, PSD e Republicanos. Ele também acena com a possibilidade de composição para a vaga de vice. O MDB é considerado pouco provável de formalizar apoio.

O senador anunciou na sexta-feira (8) que recebeu aval do ex-presidente Jair Bolsonaro para se lançar como representante do bolsonarismo em 2026. Eduardo e Michelle Bolsonaro endossaram publicamente o movimento nas redes sociais.

Ciro Nogueira vê necessidade de união e cita nomes alternativos

Ao comentar publicamente o cenário, Ciro Nogueira reforçou que Flávio é seu “amigo de vida pública”, mas insistiu que a definição do candidato precisa levar em conta pesquisas, viabilidade e o diálogo com todos os partidos aliados. O dirigente afirmou que essa escolha “não pode ser só uma decisão do PL”.

Ele voltou a citar Tarcísio de Freitas e Ratinho Jr. como nomes capazes de unificar o campo de centro e direita, embora tenha admitido que o quadro pode mudar e que pode ser “convencido” ao longo da construção política.

Ciro também alertou que a falta de união no campo conservador pode favorecer uma nova vitória de Lula em 2026. O presidente do PP disse ainda que se reuniria com Flávio na noite desta segunda-feira para ouvir os motivos do anúncio antecipado da pré-candidatura.

Flávio reiterou no fim de semana que recebeu autorização do pai para concorrer e afirmou que o “preço” para recuar é garantir a liberdade de Jair Bolsonaro — frase dada em entrevista à TV Record.

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