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Moraes alerta que live pode levar à prisão de Bolsonaro e dá 24h para explicações

Ele deu prazo de 24 horas para a defesa do ex-presidente apresentar explicações sobre postagens nas redes e exibição da tornozeleira

Por Estadão Conteúdo Publicado em 21/07/2025 às 21:53

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Em despachos publicados nesta segunda-feira (21) o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aprofundou os efeitos de investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Moraes decidiu que a medida cautelar imposta ao ex-presidente, que o proíbe de usar redes sociais, se refere também a participações em lives em qualquer plataforma de redes, inclusive em contas de terceiros. O ministro alerta que Bolsonaro poderá ser preso se descumprir a decisão judicial.

No início da noite, ele deu prazo de 24 horas para a defesa do ex-presidente apresentar explicações sobre postagens nas redes e exibição da tornozeleira eletrônica. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, após o despacho de Moraes, Bolsonaro desistiu de uma entrevista que daria a jornalistas prevista para a tarde na Câmara dos Deputados. Depois de se reunir com deputados e senadores da oposição, em meio a um tumulto, ele expôs o equipamento de monitoramento a repórteres e falou em "máxima humilhação". Imagens da tornozeleira foram publicadas por deputados em suas redes (mais informações nesta página).

"Intimem-se os advogados regularmente constituídos por Jair Messias Bolsonaro para, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, prestarem esclarecimentos sobre o descumprimento das medidas cautelares impostas, sob pena de decretação imediata da prisão do réu", escreveu Moraes em seu despacho.

Em outra frente, Moraes também determinou o bloqueio de contas bancárias e chave Pix de Eduardo, com o objetivo de tentar dificultar as ações do filho do ex-presidente nos Estados Unidos Também foram alvo de bloqueios bens móveis, imóveis e o recebimento de seu salário como parlamentar. "Alexandre de Moraes acabou de bloquear minhas contas bancárias, mas, obviamente, em nome da democracia", ironizou Eduardo durante entrevista a um Podcast.

‘Retransmissões’

Antes, nos autos do inquérito 14.129/DF, que apura suposta tentativa de obstrução da Justiça por Bolsonaro, Moraes salientou que a proibição do uso das mídias sociais inclui "as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros".

Segundo o ministro do STF, se o ex-presidente usar algum desses meios para "burlar a medida", será punido com "imediata decretação da prisão".

Na sexta-feira passada, 18, Moraes decretou uma série de medidas restritivas contra Bolsonaro, sob o "risco concreto de fuga", conforme manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica, está proibido de acessar redes sociais e não poderá se comunicar com Eduardo, seu filho, nem com diplomatas ou embaixadores estrangeiros. Além disso, ele deverá ficar sob recolhimento domiciliar das 19h às 7h, em dias úteis, e durante todo o fim de semana. A decisão monocrática do ministro foi referendada pela maioria da Corte.

 

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