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Se candidato, Bolsonaro defende vice do Nordeste e diz querer apaziguar disputa do PL para o Senado em Pernambuco

Na última segunda, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, disse que não acredita que Jair Bolsonaro vai reverter a situação de inelegibilidade

Por JC Publicado em 09/04/2025 às 20:33

Em entrevista ao podcast do jornalista Magno Martins, em parceria com o jornal Folha de Pernambuco, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou se alvo de "perseguição" do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e reforçou a sua colocação como "único nome" do PL para disputar a presidência em 2026. Segundo ele, apesar da inelegibilidade, está sendo "namorado" um candidato a vice nordestino. 

"Eu sou o  candidato à Presidente da República. Não tem 'plano b', sou eu mesmo", disparou Bolsonaro sobre o projeto da extrema-direita para as eleições presidenciais. 

Na última segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que não acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro vai reverter o quadro de inexigibilidade e voltar ao poder.  A declaração foi feita na publicação de um perfil do ministro na revista The New Yorker.

Na entrevista, Bolsonaro reforçou não concordar com a inelegibilidade até 2030 e não ter cometido nenhum crime. O ex-presidente é réu no STF por tentativa de golpe de Estado. "Eles, na verdade, querem me matar. Botar na cadeia, que é fácil de eliminar 'o cara' sem deixar provas", alardeou. 

Ainda focado nos planos para uma possível candidatura, Bolsonaro confirmou "namorar" um candidato a vice nordestino para uma possível chapa. "Tenho namorado candidato do Nordeste para ser meu vice. Tenho conversado e (está) bastante avançado", sinalizou. 

DISPUTA PARA O SENADO EM PERNAMBUCO

O ex-presidente reconheceu que o seu partido vive um racha em Pernambuco e disse tentar "apaziguar" a situação, deixando claro seu apoio incondicional ao nome do ex-ministro Gilson Machado para a disputa à Casa Alta. "Por enquanto, ele é nosso candidato (ao Senado) lá (em Pernambuco). Vamos tentar pacificar porque é complicada a situação política lá", afirmou em relação à situação do PL.

Sob o comando de Anderson Ferreira, o PL Pernambuco tem vivido episódios de rusgas internas, sendo ventilada até a possibilidade de troca de partido por nomes impostantes da sigla. Gilson Machado Neto, ex-ministro do Turismo, Gilson Filho, vereador do Recife, e o deputado estadual Alberto Feitosa têm sido nomes mais ligados ao ex-presidente, inclusive apoiando suas pautas de maneira mais intensa. 

Para o Seando, Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla,  já expôs a sua preferência pela candidatura de Anderson Ferreira. Gilson Machado Neto, no entanto, confia na escolha de Bolsonaro para lançar sua candidatura pela legenda.

Ainda na entrevista, o ex-presidente deixou claro não haver interesse do PL em ter um candidato próprio para disputar o Governo de Pernambuco, mas disse estar aberto para apoiar um possível candidato de centro-direita que venha a surgir no pleito. 

ANISTIA DO 8 DE JANEIRO

Articulando votos para colocar em votação em caráter de urgência projeto de anistia para os atos de 8 de janeiro, o ex-presidente confirmou encontro com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o qual disse manter uma relação de "admiração e respeito", mas não detalhou exatamente o que falou na reunião que teve nesta quarta-feira. 

"A anistia que estamos pedindo agora não tem nenhum crime. É sobre quem participou dos atos de 8 de janeiro. Não teve nenhuma pessoa ferida, nenhum tiro, nenhuma arma branca apreendida", defendeu. O ex-presidente garantiu ainda que, tendo os votos necessários, "não tem dúvida" de que o projeto de anistia na Câmara será votado o mais breve possível.