Cidades brasileiras têm atos contra anistia a golpistas
O sentido simbólico das manifestações foi o de ressaltar a importância da defesa da democracia

Manifestantes se reuniram neste domingo (30) em diversas cidades brasileiras em atos contra a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. A maior mobilização ocorreu em São Paulo, onde os participantes pediram punição tanto para os responsáveis pela depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes quanto para os articuladores políticos da tentativa golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os protestos destacaram a rejeição à anistia para os envolvidos nos ataques à democracia do 8 de janeiro de 2023. No Recife, o ato foi organizado por movimentos como Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo, CUT, sindicatos, estudantes e entidades populares.
A manifestação teve início no Parque Treze de Maio. Com faixas e carro de som, os participantes entoaram palavras de ordem em defesa da democracia, com o lema “Sem anistia e prisão para os golpistas”.
Jair Bolsonaro foi o principal alvo dos protestos. Ele e mais sete aliados tornaram-se réus por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, por decisão unânime dos cinco ministros da Primeira Turma do STF.
Em São Paulo, a manifestação começou na Avenida Paulista e seguiu em caminhada até o antigo prédio do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Vila Mariana, local conhecido por ter abrigado prisões e torturas durante a ditadura civil-militar iniciada em 1964.
O caráter simbólico das manifestações foi enfatizado por participantes como Lenir Correia, que alertou para os riscos da impunidade: “É contra a injustiça que estamos aqui. Ele [Bolsonaro] foi uma pessoa que agiu contra o Brasil.” Para os manifestantes, conceder anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro significaria abrir caminho para novas ameaças à democracia.
Na próxima terça-feira (1º), um ato unificado ocorrerá no Rio de Janeiro, com caminhada do prédio que abrigou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) até a sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), relembrando o aniversário do golpe militar de 31 de março de 1964 e reforçando o compromisso com a memória, a verdade e a justiça.
Outras capitais também registraram manifestações, ainda que em menor escala do que em São Paulo. Em Brasília, o ato ocorreu no Eixão Norte, entre as quadras 106 e 107. Belo Horizonte, Fortaleza, São Luís, Belém e Curitiba também tiveram mobilizações previstas ao longo do dia.