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Migração de Raquel Lyra para o PSD é previsível, mas acertada, avalia cientista político

Governadora de Pernambuco oficializará filiação ao PSD em evento no Recife, no próximo dia 10 de março, com a presença de Gilberto Kassab

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 26/02/2025 às 12:50

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, vai concretizar a especulada mudança partidária no próximo dia 10 de março, deixando o PSDB e migrando para o PSD, de Gilberto Kassab.

A migração já era esperada, uma vez que a governadora estreitou relações com o presidente estadual da sigla, André de Paula, integrando a filha dele, Cacau de Paula, à gestão estadual, além de investir no apoio a candidaturas de Daniel Coelho, no Recife, e Mirella Almeida, em Olinda, na eleição de 2024.

O objetivo da governadora é estar em um partido da base do governo Lula em 2026, quando disputará a reeleição. Atualmente, o partido tem três ministérios no governo Lula: Agricultura e Pecuária; Minas e Energia; e Pesca e Aquicultura, esta última comandada por André.

O atual partido de Raquel, além de fazer oposição ao presidente, não tem mais musculatura política nem tempo de TV para garantir uma campanha robusta a ela em 2026, quando disputará a reeleição, especialmente diante do iminente confronto com o popular prefeito do Recife, João Campos (PSB).

Mesmo tendo ajudado o partido a eleger dezenas de prefeitos nas eleições passadas, fazendo a legenda ressurgir em Pernambuco, Raquel já havia demonstrado sinais de desgaste junto à sigla, chegando a declarar publicamente que não queria fazer oposição a Lula.

Em entrevista à Rádio Jornal, nesta quarta-feira (26), o cientista político Adriano Oliveira classificou a decisão da governadora como previsível, mas acertada.

"Hoje o PSDB não tem aquela dimensão da usa origem no estado de São Paulo. Ela [Raquel Lyra] faz uma opção acertada, correta e coerente de ir para um partido grande, o PSD, liderado pelo um grande líder, que é Gilberto Kassab, onde esse partido elegeu um grande número de prefeitos", apontou Oliveira.

Atualmente, o PSD não tem deputados federais pernambucanos nem parlamentares na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Na Câmara do Recife, são apenas dois representantes: Davi Muniz e Junior Bocão.

Segundo o especialista, Kassab será peça fundamental para ajudar Raquel Lyra e o PSD de Pernambuco, na figura de André de Paula, a articular alianças com outros partidos na montagem de uma chapa competitiva para o Legislativo em 2026.

"Ela [Raquel Lyra] vai ter o compromisso de Kassab de montar uma chapa forte para deputado estadual, deputado federal. Ela certamente levará prefeitos para um partido estruturado, onde esses prefeitos terão a promessa de em 2028 receber apoio o recurso para suas eleições", analisou.

Enquanto isso, o diretório estadual do PSDB deverá cair nas mãos de Álvaro Porto. O presidente da Alepe, como se sabe, tem demonstrado alinhamento com o grupo do prefeito do Recife, João Campos (PSB), possível adversário de Raquel na disputa pelo governo no ano que vem.


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Outros partidos cogitados

Além do PSD, outros partidos eram ventilados como possível destino de Raquel no pós-PSDB. o Partido dos Trabalhadores e o MDB eram algumas das opções. Adriano Oliveira diz que não havia motivos, porém, para Raquel se vincular ao PT.

"Se ela fosse para o PT, teria toda a herança da rejeição do petismo e também do lulismo. E sabemos que a governadora ganhou uma eleição sem falar no presidente Lula e sem falar no ex-preisdente Boslonaro. Então, não teria razão para ela levar para si a rejeição do PT", avaliou o cientisa político.

"Se ela fosse para o MDB, certamente teria muita dificuldade até de ser candidata no próximo ano, porque sabemos que historicamente o MDB em Pernambuco tem a liderança do ex-deputado federal Raul Henry e do ex-senador Jarbas Vascnocelos, que já tem tradição no partido", completou.

Como se sabe, Raul Henry, presidente do MDB em Pernambuco, é secretário da prefeitura de João Campos, o que também poderia ser uma barreira para Raquel no partido de olho em 2026.

O União Brasil, embora não tenha sido cogitado para receber a governadora, é uma das siglas que mais interessam a ela nesse momento.

"O grande desafio da governadora é atrair esses partidos. No caso do União Brasil, tem a representação de Mendonça Filho, apesar de hoje Miguel Coelho hoje ter a liderança do partido. E o MDB é uma posisbilidade, se porventura existir um conflito, e é possível que exista, na escolha pelo senador, porque o atual senador, Fernando Dueire, tem trabalhado para sua reelieção e é um candidato natural", concluiu o professor.

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