Em sabatina, Júnior Matuto vai para o ataque contra Ramos e Yves Ribeiro: "foi uma campanha de baixaria"
Candidato do PSB para o segundo turno em Paulista participou de sabatina na TV Tribuna, nesta quarta-feira (16), onde discutiu temas da cidade

O candidato à prefeitura de Paulista Júnior Matuto (PSB), que disputará o segundo turno das eleições no município, participou de sabatina na TV Tribuna, nesta quarta-feira (16). Júnior discutiu temas da cidade, propostas e fez críticas ao adversário Ramos (PSDB) e à gestão do atual prefeito Yves Ribeiro (PT).
De acordo com Júnior, com o fim do primeiro turno em Paulista, o processo eleitoral “zerou” e que agora a cidade se divide em dois palanques, sendo um composto pela governadora Raquel Lyra (PSDB), por Ramos e Yves Ribeiro, enquanto o outro, o qual faz parte, conta com o prefeito do Recife João Campos (PSDB) e o presidente Lula (PT).
Júnior destacou que a campanha praticada pelos opositores no primeiro turno foi de “baixaria” e que resultou nos números de abstenção, votos em branco e nulos na cidade.
“Isso foi o que fez a abstenção, o branco e nulo na cidade do Paulista foi fora da curva, exatamente porque não foi uma campanha propositiva, foi uma campanha de baixaria, de calúnia, de difamação”, afirmou.
Júnior Matuto destacou que agora quer ficar “tête-à-tête” (expressão francesa para 'frente a frente') com Ramos, no segundo turno e enfatizou a atuação como deputado estadual, cargo que assumiu em setembro. De acordo com o candidato do PSB, o momento é de trazer a campanha “para o campo das ideias” e deixar a população fazer o comparativo.
“Agora zerou, eu quero sentar tête-á-tête com meu adversário, que agora tem nome, chama-se Ramos. Eu tô há 25 dias como deputado estadual, já fiz indicações para Paulista, como a requalificação da PE-22, a indicação de uma UPAE na área das praias, a indicação para o governo do estado fazer o projeto executivo da engorda da orla e a gente, a partir de janeiro, poder captar recurso do governo federal, através do presidente Lula. O que a gente quer agora é trazer pro campo das ideias e o povo fazer o comparativo. Quem tá preparado, quem tem saúde, garra, determinação, para pegar uma cidade que vai estar completamente destruída”, disse.
Ex-prefeito de Paulista entre 2013 e 2020, Júnior lembrou de feitos das suas gestões à frente do município e criticou a situação atual da cidade, enumerando situações como a greve na limpeza urbana do município, que denunciavam falta de pagamentos por parte da prefeitura
“Eu provei. Não tô aqui prometendo. Acredito principalmente na área de saúde, que as mães de família vem sofrendo, dormindo de madrugada em postos de saúde, mendigando atendimento e que na maioria das vezes é tratada por cara”, afirmou.
“Chegou foto para mim de funcionários da prefeitura tirando óleo diesel de ônibus da educação para levar para as ambulâncias do SAMU. Quando o gari entrou em greve essa semana, entrou por falta de pagamento. Tudo isso a população tá observando. O que tá em jogo é o futuro da cidade”, complementou.
Júnior Matuto se diz "tranquilo" sobre operações que o afastaram da prefeitura em 2020
Alvo de operações no final do segundo mandato, que chegou a resultar no seu afastamento da prefeitura, ordenado pelo STF, o candidato do PSB disse ter todo o assunto “esclarecido e arquivado” e que está “em dia com a Justiça”.
“Quanto a isso aí, eu tô muito tranquilo, teve decisões na Justiça, no Tribunal de Contas, Ministério Público, que foi tudo esclarecido e arquivado. Até porque não precisa estar formado em direito, ter nível superior para saber que para ser candidato precisa ter todas as certidões, estar em dia com a Justiça. Eu tomei posse como deputado. Se tivesse algo que desabonasse minha conduta, eu não teria tomado posse”, disse.
Ainda sobre as operações que o tiveram como alvo, Júnior disse que o atual prefeito se aproveitou do tema durante 4 anos, por não ter conseguido “entregar a demanda da população”, usando de uma “política antiga”.
“Isso foi a pauta do governo Yves Ribeiro durante 4 anos. Primeiro porque ele, por onde passou, foi prometendo emprego, prometendo as coisas, fazendo aquela política antiga, retrógrada, populista. Então o que é que acontece, quando ele monta uma equipe que não tem capacidade de entregar a demanda da população, a pauta da prefeitura foi Júnior Matuto”, criticou.
Por fim, Júnior afirmou que sua gestão foi "vítima de uma armação política" e que os "mesmos atores" dividem o mesmo palanque atualmente.
"Eu quero chamar a atenção do povo de paulista. Foi mais do que provado que tudo que aconteceu, no finalzinho da nossa gestão, nós fomos vítimas de uma armação política. E esses mesmos atores estão no mesmo palanque hoje. E quem vai decidir essa eleição é o povo da cidade do Paulista", afirmou.
Parceria com João Campos em projetos para a saúde
O candidato do PSB enfatizou a possibilidade de parcerias na área da saúde com o prefeito do Recife João Campos, apoiador de primeira hora de sua campanha. Júnior enfatizou a situação de mães atípicas em Paulista, mencionando relatos de pessoas que falsificaram endereço para buscar atendimento em Recife com neuropediatras.
“É deplorável a situação das mães atípicas em Paulista. As mães de família de Paulista, hoje, falsificam o endereço para Recife, em busca de um neuropediatra para laudar uma criança. Isso é inadmissível. Como eu falei, o apoio de João Campos não é apenas um apoio político, é um apoio administrativo de experiências exitosas”, disse.
“A primeira atitude em janeiro é exatamente cuidar da saúde do povo de Paulista”, complementou.
Críticas à gestão municipal na educação
Júnior enfatizou os feitos de sua gestão na área da educação, afirmando que levou Paulista da segunda pior educação de Pernambuco para “nível de Recife”.
“Não tem mistério. Pegamos as pessoas da rede municipal que tinham compromisso e fizemos capacitação permanente, valorização. Combatemos a evasão escolar através de uma merenda de qualidade, universalizamos o cardápio, capacitamos as merendeiras. Porque sabemos que o principal atrativo de uma escola é a merenda e, consequentemente, vem o conteúdo pedagógico. Reformamos escolas, adquirimos prédios próprios, fizemos na verdade uma grande revolução na educação", comentou.
O candidato do PSB continuou as críticas à atual gestão, afirmando que “acabaram com a educação” da cidade, acusando a prefeitura de servir merenda estragada para crianças na rede municipal.
“Acabaram com a educação de Paulista. As crianças saem de 7h pra estudar e 9h tá de volta. O prefeito permitiu servir merenda estragada para as crianças, teve infecção generalizada na rede. É o que Paulista vive hoje”, complementou.
Integração com cidades vizinhas
Júnior também destacou o trabalho que pretende realizar com as cidades vizinhas e uma integração entre as cidades do litoral norte do estado. O candidato do PSB destacou esforços realizados durante sua gestão à frente da prefeitura de Paulista, para realizar obras em conjunto com outros municípios e lamentou a postura de líderes de outras cidades da região.
“Quando eu era prefeito a gente tinha um fórum de discussão de todo o litoral norte, que competia de Olinda até Goiana. Infelizmente, alguns prefeitos, em vez de discutir a região, discutiam vaidades, para ver quem é que liderava o litoral norte. E eu sempre disse que a gente só poderia começar a competir com o litoral sul se a gente tivesse ações integrada”, disse.
O candidato voltou a criticar a situação atual do município em saúde e educação, enfatizando que paulistenses podem estar procurando atendimento em outras cidades, voltando a afirmar que moradores estão recorrendo aos serviços do Recife.
“Quem é que garante que com essa falta de educação e de saúde o povo de Paulista, do mesmo jeito que tá vindo pra Recife atrás de atendimento, não tá indo pra cidades vizinhas também”, completou.