Lula e Bolsonaro encerram campanhas na véspera na eleição. Veja como foram as agendas
Candidatos Lula e Bolsonaro lideram as pesquisas do pleito, que será realizado neste domingo (2)

Com AFP e Agência Estado
Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro queimam seus últimos cartuchos neste sábado (1º) em São Paulo, a maior cidade do Brasil, antes de medir forças no domingo no primeiro turno das eleições presidenciais.
Bolsonaro liderou motociata
Bolsonaro, de 67 anos, de casaco preto e sem capacete, liderou uma motociata até o Parque Ibirapuera, para um comício com seus apoiadores.
Ao longo da avenida, simpatizantes com a camisa verde e amarela o aplaudiam e pediam selfies com o presidente. "Lula ladrão, seu lugar é na prisão!", gritavam os bolsonaristas, enquanto o presidente carregava uma bola com uma foto de seu rival atrás das grades. Bolsonaro saiu do ato sem pronunciar discurso.




O presidente foi acompanhado por seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o empresário Luciano Hang e o candidato à Câmara Frederick Wassef (PL-SP).
No início da motociata organizada pelo presidente, que partiu da Praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital, ele reafirmou a confiança de sua reeleição em primeiro turno, dizendo esperar "no mínimo" 60% dos votos.
O presidente percorreu várias cidades do país de moto com seus apoiadores. Sua equipe de campanha espera uma manifestação barulhenta neste sábado para dar um último impulso ao ex-capitão do Exército, que depois partirá para Santa Catarina, para um último ato que encerrará um mês e meio de campanha.
Lula fez manifestação na Avenida Paulista
A cinco quilômetros dali, eleitores do ex-presidente Lula, de 76 anos, que lidera as pesquisas, começaram a se reunir na Avenida Paulista, palco de grandes manifestações, para uma "marcha da vitória" no último dia de campanha.
"Brasil, urgente, Lula presidente!" e "Jair, hora de sair!", gritavam os primeiros manifestantes que se reuniram no ato do candidato de esquerda, que aposta em ganhar a eleição logo no primeiro turno.


"Ninguém aguenta mais o desgoverno Bolsonaro", disse à AFP Anderson Momesso, de 52 anos. "Bolsonaro simplesmente arrebentou com tudo mundo, é a hora de Lula voltar pra a gente tentar resgatar oito anos atrás e mandar o Brasil para frente novamente".
Lula esteve na caçamba de uma caminhonete improvisada para o trajeto, até a Praça Roosevelt, ao lado do candidato a vice, Geraldo Alckmin, e do ao governo de São Paulo, Fernando Haddad.
O ex-presidente esticou uma bandeira do Brasil na caminhonete, rodeada de apoiadores. A militância canta "Aha, uhu, o chuchu é nosso", referindo-se a Alckmin.
Sábado marcar o fim da campanha do 1º turno
As propagandas em rádio e televisão estão proibidas desde quinta-feira, mas os eventos presenciais e a distribuição de material eleitoral estão permitidos até este sábado à noite.
Neste sábado também espera-se a publicação da última pesquisa do Instituto Datafolha, que na quinta-feira estimou que Lula estaria à frente com uma ampla vantagem de 14 pontos sobre Bolsonaro, 48% a 34%.
Para obter um terceiro mandato já no domingo, o ex-presidente (2003-2010) precisa de pelo menos 50% dos votos válidos (sem nulos e brancos).
Na pesquisa de quinta-feira, Lula aparecia justamente com 50% desses votos. A margem de erro é de mais ou menos dois pontos percentuais, o que gera incerteza sobre a possibilidade de um segundo turno, previsto para 30 de outubro.
As últimas horas da campanha "serão muito tensas, todo o mundo vai observar os mínimos detalhes que possam mover a agulha para um lado ou para o outro", disse à AFP Jairo Nicolau, cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
As zonas eleitorais abrem às 8h00 e fecham às 17h00 (horário de Brasília) no domingo e os resultados serão anunciados no final do dia.