Após Deltan Dallagnol anunciar saída do MPF, Gilmar Mendes dispara: 'Demonizou-se o poder para apoderar-se dele'
Mendes, do STF, disse ainda que há alguns anos alerta para a 'politização da persecução penal'
Um dia após o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol anunciar sua saída do Ministério Público Federal (MPF), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou as redes sociais, nesta sexta-feira (5), para comentar o que classificou como “politização da persecução penal”.
Nos bastidores, a declaração de Mendes foi lida com uma crítica ao agora ex-procurador, que deve concorrer a algum cargo nas eleições de 2022, bem como ao ex-juiz Sergio Moro, que já marcou sua data de filiação ao Podemos com vistas à disputa pela Presidência da República.
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“Alerto há alguns anos para a politização da persecução penal. A seletividade, os métodos de investigações e vazamentos: tudo convergia para um propósito claro - e político, como hoje se revela. Demonizou-se o poder para apoderar-se dele. A receita estava pronta”, escreveu Mendes no Twitter.
Deltan fora do MPF
Ao confirmar a decisão de deixar o MPF após 18 anos, Dallagnol disse ter muito orgulho do Ministério Público e do trabalho que ele faz pela sociedade brasileira em diferentes áreas. Mas ponderou que os instrumentos de trabalho do MP “para alcançar a justiça vêm sendo enfraquecidos, destruídos”.
“Eu tenho várias ideias sobre como posso contribuir e serei capaz de avaliar, refletir e orar sobre essas ideias depois de sair do Ministério Público. Assim que essas ideias se concretizarem em planos e ações, eu vou compartilhar com vocês aqui”, completou.