
O prefeito de Agrestina, no Agreste de Pernambuco, Thiago Nunes (MDB), preso durante uma operação da Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU) em 10 de setembro, teve o pedido de habeas corpus acatado pela Justiça e deixará a Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, após 20 dias. Com a decisão, o político irá responder ao processo em liberdade.
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O gestor foi preso pela PF na terceira fase da Operação Pescaria, que visava desarticular uma organização criminosa especializada no desvio de recursos públicos na Prefeitura de Agrestina. Na ocasião, além de Thiago Nunes (MDB), o seu vice, José Pedro da Silva, conhecido como Zito da Barra (PSDB), um servidor municipal e dois empresários foram presos na ação policial.
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Ainda em setembro, o desembargador Edilson Pereira Nobre Júnior, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), acatou o pedido da defesa do vice-prefeito e permitiu que ele deixasse o regime fechado e para cumprir prisão domiciliar. Isso porque, Zito da Barra faz parte do grupo de risco do coronavírus e a defesa apresentou um laudo médico para atestar que o político tem picos de pressão alta de difícil controle, com evolução sem melhora, sugerindo uma avaliação e cuidado em regime domiciliar.
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Apesar das decisões judiciais favoráveis aos suspeitos, ambos permanecem afastados de suas funções públicas. Por causa disso, o presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Adilson Tavares, conhecido como Gordo de Zelito, assumiu o Poder Executivo municipal.
Chapa cassada
Thiago e Zito já tinham sido afastados dos cargos anteriormente, quando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) cassou a chapa por abuso de poder político decorrente de contratações ilícitas realizadas. No entanto, os gestores municipais voltaram para a prefeitura em julho passado, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Thiago já estava no segundo mandato e não poderia concorrer à reeleição no pleito deste ano.
Licitações
Segundo a PF, as vantagens ilícitas eram obtidas por meio da contratação fraudulenta de empresa de "fachada", com recursos federais, impedindo o caráter competitivo do processo licitatório. Assim, os contratos eram executados por meio de terceiros desqualificados.
A lavagem dos lucros ilícitos seria realizada por meio da utilização de conta bancária de um "laranja" vinculado ao grupo. Ainda segundo a PF, esta conta bancária servia aos investigados para o recebimento de transferências bancárias e depósitos em espécie, sendo a maioria em valores baixos e sem a identificação. Também eram utilizados cheques assinados em branco, tudo com o propósito de dificultar a identificação da origem do dinheiro.
Os crimes investigados na atual fase da operação são de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.


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