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DATAFOLHA Segundo pesquisa, rejeição do presidente na região despencou de 52% para 35%

Publicado em 15/08/2020 às 6:00
ALAN SANTOS/PRESIDÊNCIA/DIVULGAÇÃO
CENÁRIO Para analistas, menções demonstram o quanto o componente nacional fará parte da eleição municipal - FOTO: ALAN SANTOS/PRESIDÊNCIA/DIVULGAÇÃO
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está com a melhor avaliação desde que começou o seu mandato. Segundo o Datafolha, 37% dos brasileiros consideram seu governo ótimo ou bom, ante 32% que o achavam na pesquisa anterior, feita em 23 e 24 de junho. O levantamento também mostrou um fato novo: queda de 52% para 35% no índice de rejeição ao capitão da reserva no Nordeste.

De acordo com a análise do Datafolha, a correlação com a distribuição do auxílio emergencial de R$ 600 é sugerida, ainda que não direta. No Nordeste, onde vive 27% da população, 45% dos moradores recorreram ao instrumento de socorro perante à pandemia do novo coronavírus, ante 40% no País todo.

Em nível nacional, a queda na curva de rejeição ao presidente também foi acentuada: saíram de 44% para 34% os que o consideravam ruim e péssimo no período. Consideram o governo regular, por sua vez, 27%, ante 23% em junho.

No intervalo de um ano, a aprovação entre pessoas de 35 a 44 anos passou de 30% para 45%. Entre os que ganham até dois salários mínimos, o salto foi de 22% para 35%. Já entre os desempregados a aprovação do presidente dobrou em pontos: de 18% para os atuais 36%.

Também no intervalo de um ano, houve avanço da rejeição de Bolsonaro em três setores, de acordo com o Datafolha. Entre os estudantes, por exemplo, passou de 42% para 56%.

A mudança do humor da população ocorreu concomitantemente à maior alteração na persona pública de Bolsonaro desde que ele saiu da obscuridade como parlamentar de baixo clero e chegou à Presidência no ano passado.

O presidente passou o primeiro semestre em um crescente embate institucional, que chegou ao paroxismo com sua participação em atos pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em junho, a crise amplificou-se, com rumores alimentados por notas oficiais acerca de intenção de uso das Forças Armadas e com críticas a decisões que contrariavam o Planalto no Judiciário.

Ao mesmo tempo, o presidente liderava o ataque direto às políticas de isolamento social da pandemia da covid-19, que no começo classificara de "gripezinha". Moderou suas declarações contra adversários e parou de dar corda a apoiadores radicais que o esperam à porta do Alvorada.

Num intervalo mais recente, de junho até hoje, diferentes setores ajudaram a ampliar a aprovação de Bolsonaro. Entre os moradores do Sudeste, por exemplo, a aprovação passou de 29% para 36%.

Na manhã desta sexta-feira (14), o presidente, antes sempre crítico às pesquisas do Datafolha, desta vez usou a tática do morde e assopra ao compartilhar a notícia sobre o avanço de sua aprovação: "Verdade, meia verdade ou fake news? Bom dia a todos", afirmou Bolsonaro em uma rede social.

Antes desta rodada do Datafolha, a melhor pontuação do presidente havia sido 33% de ótimo e bom, taxa registrada em duas pesquisas. Já a rejeição voltou ao patamar dos seis primeiros meses de mandato, em torno de 30%.

O empate entre aprovação e rejeição reverte, na fotografia desta pesquisa, a tendência de polarização assimétrica registrada nas anteriores durante a crise política.

O presidente também contraiu a covid-19, o que não mudou sua propaganda de minimizar a doença. Mas o programa de auxílio emergencial à população mais carente ganhou passo, e o governo amplificou a visibilidade de ações no reduto oposicionista do Nordeste. O resultado parece visível.

Entre quem fez o pedido e o recebeu, 42% acham Bolsonaro ótimo e bom, ligeiramente acima da média geral. Só que 36% dos que não fizeram também acham isso.

Mas, ainda segundo o Datafolha, embora a rejeição a Bolsonaro tenha caído consideravelmente no Nordeste, a região ainda é a que mantém a pior avaliação do presidente: 33% de ótimo e bom. Em relação a junho, a taxa representa uma subida de seis pontos.

METODOLOGIA

As entrevistas foram feitas por telefone, devido à pandemia. Foram entrevistados 2.065 adultos com telefone celular em todas as regiões e Estados, em 11 e 12 de agosto. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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