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SDS detalha ações de combate a bebidas adulteradas por metanol em Pernambuco

Até agora, 45 casos foram notificados como suspeitos de intoxicação por metanol: três foram confirmados, 18 descartados e 24 estão em investigação

Por Anaís Coelho Publicado em 13/10/2025 às 17:04

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A Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou, nesta segunda-feira (13), os detalhes de uma operação realizada para investigar um homem suspeito de envolvimento no fornecimento de bebidas adulteradas com metanol, além do fechamento de uma fábrica clandestina.

Até agora, 45 casos foram notificados como suspeitos de intoxicação por metanol em Pernambuco, dos quais três foram confirmados, 18 foram descartados e 24 estão em investigação. Os casos confirmados ocorreram em Lajedo, no Agreste, onde duas pessoas morreram e uma terceira perdeu a visão.

“Apenas na bebida que foi consumida por essas três vítimas oriundas do município de Lajedo, é onde se identificou a contaminação por metanol. Até o presente momento, em todas as outras apreensões, não se identificou a presença de metanol”, explicou o Diretor Geral de Vigilância Epidemiológica da SES-PE, José Lancarte.

Investigações e prisões

Neste sábado (11), foi realizada a prisão preventiva de um homem investigado, que estaria envolvido no caso que vitimou três pessoas intoxicadas por metanol, em Lajedo.

A Polícia Militar localizou e apreendeu 706 litros de bebida escondidos na vegetação do terreno da mãe do suspeito. O material foi encontrado por meio de um drone e o homem foi preso em casa.

Segundo o Delegado Seccional de Garanhuns, Everton Bastos, a polícia continua com as investigações para localizar os fornecedores e os destinatários das bebidas adulteradas.

“A gente tem informação já confirmada e segura que essas bebidas são de duas marcas que foram trazidas lá de São Paulo, sob a responsabilidade dessa pessoa que foi presa no sábado.”

Além da prisão, no dia 6 de outubro foi descoberta uma fábrica clandestina de falsificação de bebidas em Garanhuns, também no Agreste. Nesta ação, o proprietário e dois trabalhadores foram autuados em flagrante delito, e mais de mil garrafas de rum e conhaque foram apreendidas.

Metanol presente nas bebidas das vítimas

A perícia mostrou que a contaminação por metanol que foi identificada na bebida dos três casos confirmados era 300 vezes maior do que o permitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O perito criminal do Instituto Criminalista (IC) Rafael Arruda explicou que, o quanto antes a intoxicação da vítima for investigada, mais fácil é a detecção.

“A janela de detecção que a gente fala, seja do período de 14 a 18 horas [da ingestão], é muito importante porque depois disso, o metanol vai ser metabolizado e a gente não vai conseguir fazer essa constatação.”

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