Pernambuco tem quatro municípios entre os piores do Brasil em saneamento básico
Recife, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Olinda estão entre as priores colocações do País. A capital é uma das oito piores listadas no ranking

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O novo Ranking do Saneamento de 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados, revela um cenário desafiador para Pernambuco. O estudo, que avalia os 100 municípios mais populosos do país com base em dados de 2023 do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), aponta que quatro cidades pernambucanas estão entre as 20 piores colocadas no ranking geral.
A análise, que considera indicadores de Nível de Atendimento, Melhoria do Atendimento e Nível de Eficiência , mostra a presença de Olinda, Recife, Paulista e Jaboatão dos Guararapes na lista negativa. A capital, Recife, é uma das oito capitais brasileiras listadas no grupo das 20 piores do País.
Desempenho dos municípios pernambucanos
Olinda: Ocupa a 82ª posição no ranking de 2025, com uma queda de 11 posições em relação a 2024.
Recife: Em 83º lugar, subiu 7 posições em comparação ao ano anterior.
Paulista: Permaneceu na 83ª posição, com uma leve queda de 1 posição em relação a 2024.
Jaboatão dos Guararapes: Ficou em 89º, caindo 2 posições no ranking. O município também está entre os piores em Coleta Total de Esgoto, na 92ª posição.
Petrolina: Embora não esteja entre os 20 piores, a cidade de Petrolina registrou uma das maiores quedas no ranking, despencando 12 posições, da 56ª para a 68ª.
Investimentos e cobertura do saneamento básico
O estudo destaca que os 20 piores municípios, incluindo os de Pernambuco, tiveram um investimento anual médio de apenas R$ 78,40 por habitante no período de 2019 a 2023, um valor 65% abaixo do patamar considerado ideal para a universalização do saneamento, que é de R$ 223,82 por habitante.
Em contraste, os 20 municípios com melhor desempenho no ranking investiram, em média, R$ 176,39 por habitante no mesmo período. Essa diferença no volume de investimentos se reflete nos indicadores:
A cobertura de água dos 20 melhores é 21% superior à dos 20 piores.
A cobertura de esgoto dos 20 melhores é 242% maior.
O tratamento de esgoto tem um valor 168% maior no grupo dos melhores.
PPP E CONCESSÃO DA COMPESA SÃO PROMESSAS DE MELHORIA
Maior negociação da empresa, depois da mega concessão prevista no leilão que deve acontecer esse ano na B3, a repactuação da Parceria Público Privada Cidade Saneada da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) é a maior PPP do setor, assinada ao valor de R$ 1 bilhão no ano de 2013.
O programa Cidade Saneada, desenvolvido em parceria com a BRK Ambiental, tem meta de ampliação da cobertura dos serviços de esgotamento sanitário para 90% e alcance de seis milhões de pessoas, até 2037.
A iniciativa abrange os 14 municípios da Região Metropolitana do Recife e Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. Uma das metas iniciais era de que, em 12 anos, a universalização pudesse ser atingida. O índice de atendimento de esgoto, no entanto, passou de 30% para 38% na RMR até este ano de 2025. Na capital, a taxa chega a apenas 50%.
Segundo dados da Compesa, o Programa Cidade Saneada entregou mais de 200 quilômetros de novas redes coletoras, 33 estações elevatórias e oito estações de tratamento de esgoto, com aumento do volume de esgoto tratado de 540 litros por segundo para 1.630 litros por segundo, e 200 unidades operacionais modernizadas, com 1,5 mil quilômetros de redes coletoras adequados.
CONCESSÃO DA COMPESA AINDA NO RADAR
Em outra frente, a busca por ampliação dos investimentos passa pela concessão dos serviços da Compesa, esperado para outubro de 2025. Serão quase R$ 19 bilhões em investimentos, em uma concessão dividida em dois blocos: um voltado para a Microrregião de Saneamento Básico RMR-Pajeú, com 161 municípios e cerca de 7 milhões de habitantes, e outro para a Microrregião do Sertão, com 24 municípios e 700 mil habitantes.
A empresa vencedora do leilão será aquela que oferecer o maior desconto na tarifa de água, limitado a até 5%, conforme o modelo híbrido estabelecido no estudo de concessão.