Mudanças climáticas: pesquisa mostra que poluição e enchentes preocupam moradores do Recife
Para mais de metade dos recifenses, o calor excessivo é a principal consequência das mudanças climáticas, enquanto apenas 8% citaram as enchentes

O principal problema ambiental enfrentado na capital pernambucana é a poluição dos rios e mares para 43% dos recifenses. O dado é da pesquisa Viver nas Cidades: Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, do Instituto Cidades Sustentáveis e do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec).
Divulgado nesta terça-feira (3), o estudo mostra a percepção da população de dez capitais brasileiras sobre os principais problemas ambientais e os maiores impactos das mudanças climáticas na vida das pessoas.
Apesar da preocupação com as fortes chuvas, as enchentes e alagamentos no Recife apareceram em segundo lugar com maior número de respostas. O problema foi apontado por 33% dos entrevistados, seguido pela poluição do ar (32%) e sonora (32%).
O sistema de coleta e tratamento de esgoto aparece logo em seguida, sendo apontado como principal problema ambiental por 29% das pessoas. O problema menos citado na cidade foram as queimadas, com apenas 4%.
A pesquisa Viver nas Cidades também questionou os recifenses a respeito do impacto das mudanças climáticas. Para mais de metade das pessoas, o calor excessivo é a principal consequência, enquanto apenas 8% citaram as enchentes e 1%, o deslizamento de terras.
Papel dos governos municipais
A pesquisa investigou também o papel que as prefeituras podem desempenhar para contribuir no combate às mudanças climáticas. Ao todo, 82% dos entrevistados acreditam que os governos municipais podem contribuir no combate às mudanças climáticas.
Os resultados coletados revelam que, para as pessoas, não há uma ação isolada a ser adotada pelo poder público municipal, mas sim uma série de ações que se complementam.
No Recife, 49% da população acredita que o município deve adotar iniciativas como reduzir a utilização de combustíveis fósseis no transporte público e na frota da prefeitura, ampliar as áreas de preservação e promover a destinação adequada dos resíduos sólidos, por meio da reciclagem e compostagem.
Para 45% dos habitantes da capital pernambucana, também devem ser adotadas medidas como o controle do desmatamento e da ocupação das áreas de manancial.
Pesquisa
Além do Recife, a Pesquisa Viver nas Cidades: Meio Ambiente e Mudanças Climáticas 2025 analisou outras capitais brasileiras. Manaus, Belém, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Goiânia foram as cidades contempladas pelo estudo, que entrevistou 3.500 pessoas.
Considerando o total da amostra, a poluição do ar aparece como o maior problema ambiental para 52% dos respondentes, seguido pela poluição sonora (34%) e por enchentes e alagamentos (32%).
A poluição do ar é o problema mais citado em São Paulo, Manaus, Belo Horizonte, Fortaleza e Rio de Janeiro. Já em Porto Alegre, enchentes e alagamentos aparecem em primeiro lugar; em Salvador, a poluição sonora; em Belém, o sistema de esgoto; e, em Goiânia, a falta de coleta seletiva de lixo.
O calor excessivo é percebido como o principal impacto das mudanças climáticas em nove das dez capitais. Apenas em Porto Alegre as enchentes figuram como o principal impacto: 36% dos moradores da capital gaúcha dizem que as inundações são a pior consequência das alterações do clima.
A pesquisa conta com o cofinanciamento da União Europeia, como parte do “Programa de fortalecimento da sociedade civil e dos governos locais para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.