Preservação e tecnologia: Museu da Unicap investe em acervo digital e laboratório inovador

O Museu da Unicap tem 35 anos de existência servindo à sociedade e contribuindo na formação dos estudantes da Universidade Católica de Pernambuco e de outras Universidades no Estado.

Recentemente, o museu foi aprovado no edital do Finep, Financiadora vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que concede recursos às instituições de pesquisa e empresas brasileiras.

O Museu irá receber um investimento de R$4.080.218,02 que serão destinados às obras de modernização e preservação, além de pesquisa, produção de coleções virtuais e impressas de apoio pedagógico e restauração dos acervos científicos, históricos e culturais existentes no Museu.

“Com este fomento, poderemos padronizar, preservar, e divulgar o patrimônio histórico e científico salva guardado nos acervos do Museu da Unicap, projetando este como um centro de cultura e memória na Região Nordeste e Brasil”, destaca Roberta Richard Pinto, coordenadora do Museu de Arqueologia e Ciências Naturais da Unicap.

As obras têm previsão de durar entre 2 e 4 meses. De acordo com a coordenadora, o espaço permanecerá funcionando normalmente durante o período de reforma. A visitação é gratuita e nas redes sociais é possível acompanhar a agenda completa de eventos como oficinas de capacitação e atividades aberta ao público.

Ainda de acordo com a coordenadora, com a modernização do museu, toda a sociedade será beneficiada com os produtos resultantes do projeto.

“Um resultado mais próximo seja as exposições interativas, o incentivo à apropriação cultural e a preservação do patrimônio histórico e cultural. Além de ambiente multiuso para produção de projetos na área de tecnologia”, completa Roberta.

Acervo e exposições

Ao todo, o Museu da Unicap possui nove acervos de diferentes naturezas (biológica, etnológica, documental e fotográfica). Entre os itens mais preciosos está um dos maiores acervos pré-históricos de Pernambuco, que data de 2.000 anos antes do presente com mais de 80 esqueletos com alto grau de preservação, incluindo cabelos, e vestígios de cérebro, além de animais e plantas que foram moldados em formato de adornos e cestarias.

Os demais acervos são paleontológicos (com fósseis de mais de 2 milhões de anos), biológicos (herbário, xiloteca e coleção de répteis e anfíbios), e documentais e fotográficos com cerca de 200 mil peças de relevância histórica e científica para o país.

Para fazer um tour virtual, clique aqui. 

A obra inclui adaptações das salas do Palácio, para suportar o peso dos armários deslizantes que acomodarão os acervos, bem como reestruturará as salas de laboratórios, divisão de pesquisa, divisão museal (responsável pelo educativo), sala de estudantes e área de convivência

Investimentos

Os projetos também contemplam uma variedade de inovações na área de museologia. Após o período de obras, o Museu da Unicap pretende fazer as seguintes entregas para a sociedade:

• Sistema de segurança, emergência e refrigeração, além do restauro de partes do Palácio da Soledade, Edificação tombada do século XVIII onde se situa o Museu da UNICAP;
• Monitoramento ambiental e armários deslizantes anti-fogo para melhor proteção e conservação das peças dos acervos;
• Tour Virtual ampliado;
• Acesso didático pedagógico remoto;
• Rede de Museus integrada aos acervos de forma ágil, priorizando a democratização do acesso;
• Primeiro Laboratório de Prototipagem em Museus na região Nordeste;

O Museu possui atualmente duas exposições de longa duração. Na exposição "Do passado ao presente", o visitante tem a oportunidade de viajar no tempo, no período do Pleistoceno, dos mamíferos gigantes e dos primeiros hominídeos que habitaram a América do Sul.

É uma oportunidade também para conhecer o modo de vida de uma comunidade indígena que viveu no Agreste do Estado de Pernambuco há cerca de 2.000 anos antes do presente, e que segundo estudos mais recentes teriam um parentesco próximo à população indígena atual da região Nordeste.

O visitante poderá também conhecer melhor sobre a cultura indígena no Nordeste, a partir da Sala Indígena, que foi integralmente construída por comunidades das regiões de Pernambuco, a partir do conceito de Museu Social. A viagem do visitante acaba no período colonial em Pernambuco, com diversas peças arqueológicas, incluindo uma coleção de cachimbos holandeses. A exposição conta com peças originais e impressões 3D dos homídeos.

A exposição “Do mar ao Sertão” traz ao visitante uma experiência imersiva na qual irá viajar entre os biomas existentes no estado de Pernambuco e conhecer as relações socioeconômicas dos biomas. A exposição conta com peças originais e impressões 3D da fauna e flora brasileira. A exposição conta também com o coletivo a partir de recortes com a disponibilização de peças dos acervos de quatro diferentes coleções, em destaque do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Parceria com outros cursos

Os projetos serão coordenados em parceria com a equipe de pesquisadores dos cursos de Biologia, História e Jogos Digitais da Unicap e têm como objetivo a preservação das nove coleções científicas, históricas e culturais abrigadas no Museu, além da popularização, divulgação da Ciência e a criação de um Laboratório de Prototipagem multiusuário. A execução do projeto, incluindo todos os itens que serão produzidos, terá duração de 36 meses.

“Esta parceria com os cursos já ocorria desde 2019, a partir de projetos de pesquisa e inovação do Núcleo de Pesquisas do Museu. Agora, com a aprovação do edital, os trabalhos vão ser intensificados e vividos na prática”, finaliza Roberta Richard Pinto, coordenadora do Museu de Arqueologia e Ciências Naturais da Unicap.

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