URBANISMO | Notícia

Um ano de espera pela requalificação na Rua do Lazer preocupa os comerciantes

Em março de 2024, a promessa era de um projeto de requalificação na via, a ser realizado pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife

Por Laís Nascimento, Letícia Mendes Publicado em 26/03/2025 às 11:26 | Atualizado em 26/03/2025 às 11:28

Mais de um ano após o comunicado da Prefeitura do Recife de que a Rua do Lazer, no bairro de Santo Amaro, área central da cidade, seria requalificada, os comerciantes do local seguem sem uma definição de como serão os próximos meses.

Em março de 2024, a promessa era de um projeto de requalificação na via, oficialmente chamada de Bernardo Guimarães. A ser realizada pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), a obra prevê o nivelamento do pavimento com as calçadas, a instalação de um novo sistema de iluminação na área e a troca dos boxes existentes por equipamentos “novos e modernos”.

Na época, os permissionários foram surpreendidos com aviso de desocupação e, após mobilização, a gestão municipal anunciou que as obras seriam adiadas para o final do ano passado.

Mas, segundo o comerciante Gilberto Silva, de 44 anos, nada foi comunicado até o momento. Ele conta que em uma reunião com a Prefeitura do Recife e com a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), ficou acordado que a revitalização teria início no mês de dezembro, no período de férias dos estudantes.

“A obra é necessária, mas, neste momento, a nossa reivindicação é saber uma data ou se ela vai acontecer para a gente poder estar preparado. Hoje não sabemos quem buscar e estamos aflitos porque não sabemos o que pode acontecer”, explica.

Não sabemos quem buscar e estamos aflitos porque não sabemos o que pode acontecer
Gilberto Silva, comerciante

O comerciante detalha que a falta de previsão para o início das obras prejudicou muitos permissionários.

“Alguns deles se anteciparam e começaram a locar alguns estabelecimentos no entorno da universidade porque foi prometido que iríamos receber um auxílio emergencial e com esse auxílio iríamos continuar trabalhando em algum estabelecimento próximo até o fim dessa obra”, afirma.

É o caso de Edicarla Martins, dona de um restaurante de comida japonesa. Ela relata que, ainda no ano passado, começou a alugar um espaço nas proximidades da universidade, contando com a promessa da requalificação da rua. 

"Em novembro, a gente já tinha alugado um ponto e gastamos com a reforma porque o espaço estava acabado. A gente gastou o que tinha e o que não tinha porque tinha que desocupar os boxes em dezembro", conta. 

De acordo com Edicarla, ainda em novembro, uma funcionária da Prefeitura do Recife coletou os dados dos comerciantes para o pagamento de um auxílio no período em que eles não estivessem atuando na Rua do Lazer.

"Essa obra seria em dezembro e até agora não aconteceu. A gente arcou com esse prejuízo e não está vendendo como vendia na Rua do Lazer", completa a permissionária.

A gente gastou o que tinha e o que não tinha porque tinha que desocupar os boxes em dezembro
Edicarla Martins, dona de um restaurante de comida japonesa

“Fica difícil para a gente porque os quiosques que estão aqui na Rua do Lazer precisam de manutenção, que é feita anualmente pelo permissionário, mas imaginávamos que as obras iam iniciar em dezembro”, lamenta Gilberto.

O JC não conseguiu retorno da Prefeitura do Recife sobre o assunto. O espaço segue aberto.

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Não sabemos quem buscar e estamos aflitos porque não sabemos o que pode acontecer

Gilberto Silva, comerciante
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A gente gastou o que tinha e o que não tinha porque tinha que desocupar os boxes em dezembro<br>

Edicarla Martins, dona de um restaurante de comida japonesa

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