Rio Capibaribe atinge nível de alerta, com risco de inundação em áreas do Recife, Camaragibe e São Lourenço
Alerta foi emitido pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), na noite desta quarta-feira (5), após fortes chuvas registradas na RMR

Em meio às fortes chuvas que atingem a Região Metropolitana do Recife (RMR) nesta quarta-feira (5), a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) confirmou que o Rio Capibaribe atingiu a cota de alerta, indicando a possibilidade de inundações em áreas do Recife, Camaragibe e São Lourenço da Mata. Mais cedo, o Gerente de Monitoramento de Recursos Hídricos da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Kássio Kramer, detalhou a situação das barragens e rios em Pernambuco, em entrevista à Rádio Jornal.
ELEVAÇÃO DE RIOS
Segundo ele , quatro rios apresentaram elevação no nível em Pernambuco: Rio Capibaribe, em São Lourenço da Mata; Rio Jaboatão, em Jaboatão dos Guararapes; Rio Duas Unas, também em Jaboatão dos Guararapes; e o Rio Sirinhaém, em Gameleira. Os rios apresentaram uma elevação de aproximadamente um metro. Apesar da elevação registrada, Kramer afirmou que os níveis estavam “dentro da normalidade” para um dia de chuva, até o início da noite.
Dos rios que tiveram elevação no nível registrada, além do Capibaribe, o Rio Duas Unas atingiu cota de alerta. O Duas Unas corta a região de Jaboatão Centro seus e arredores, incluindo bairros de Bulhões, Vila Rica, Santo Alexo, Manassu e Vargem Fria. No final da tarde, a Apac emitiu um novo aviso hidrológico, destacando cota de alerta registrada para o Rio Capibaribe Mirim, em Timbaúba, informando a possibilidade de inundação.
COTA DE ALERTA
Na entrevista, Kramer detalhou como funciona a cota de alerta e o trabalho integrado para mitigar possíveis danos causados por eventuais inundações.
“É uma cota de referência no qual a APAC emite um aviso hidrológico para que a Defesa Civil possa começar suas ações de mitigação de danos, seja para tirar a população da beira dos rios, seja fazer a movimentação da população das áreas inundáveis, para que caso as chuvas continuem e caso os rios inundem e transbordem, já tenha se minimizado o risco à vida humana”, detalhou.
CHUVAS NAS BARRAGENS
De acordo com Kramer, o reflexo das chuvas no nível das barragens só pode ser medido após um prazo de "aproximadamente de 72 horas". Kramer explicou o processo até que seja possível identificar o efeito das chuvas nas barragens.
“Com as fortes chuvas que ocorrem desde a noite de ontem, é normal que gere a expectativa para a população a respeito do nível dos reservatórios, que são utilizados para diversos usos, principalmente para o abastecimento humano", disse.
"Mas esse reflexo das chuvas nas barragens, ela não ocorre de imediato. É necessário um prazo de aproximadamente 72 horas para que a água escoe superficialmente, entre nos rios, se transporte, se movimente até as barragens, aumente o nível de acumulação e aí sim a população tem a informação que tanto deseja, do quanto que foi acumulado de água o quanto que esse percentual subiu”, complementou.
Situação atual das barragens de PE
Kramer também aproveitou para detalhar a situação das barragens em Pernambuco. De acordo com o Gerente de Monitoramento de Recursos Hídricos da Apac, dois reservatórios apresentam nível crítico: Jucazinho, localizado em Surubim, e Goitá, localizado em Paudalho.
“O reservatório de Jucazinho continua numa situação muito crítica, com aproximadamente 5% do seu volume de acumulação. É um reservatório estratégico no Agreste Setentrional, serve como abastecimento para aproximadamente 20 municípios e a expectativa é que, com o início do período chuvoso, que é para março na região, ele consiga acumular um pouco de água e consiga ser tão importante para a região. [...] Na (Região) Metropolitana temos uma situação mais crítica no reservatório de Goitá, que hoje está com 5,7% da sua capacidade de acumulação", detalhou.
Ainda segundo Kramer, dois reservatórios da Região Metropolitana Sul apresentaram "melhora significativa". Os reservatórios Pita e Utinga, que abastecem a região de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, que chegaram a estado crítico no final de dezembro, conseguiram acumular água e apresentam situação melhor que o início de janeiro.
"Ocorreu uma melhora significativa nos reservatórios da metropolitana sul, Pita, Utinga, que são reservatórios importantes para o abastecimento da região de Ipojuca, da região do Cabo de Santo Agostinho, que estavam num nível muito crítico, abaixo de 10% e com as chuvas que ocorreram no dia de hoje, na última semana, eles conseguirão acumular um pouco de água. A situação não é confortável, mas já é bem melhor do que no início do mês de janeiro.
Kramer também detalhou a situação do reservatório Mundaú, em Garanhuns, que estão em nível muito alto, chegando a ultrapassar os 100%.
"O Mundaú, na região de Cajueiro, que você tem, Cajueiro 1, Cajueiro 2, são reservatórios importantes, eles estão no nível muito alto, inclusive verteram recentemente, ou seja, eles passaram 100%, começaram a colocar água por cima do paredão de concreto, perenizando o rio que fica a jusante", concluiu.