Um dia após assassinato de pastor, moradores de Rio Doce, em Olinda, dizem sentir insegurança no bairro
O local foi cenário de um crime nessa segunda-feira (6), que terminou com a morte do pastor e contador Wilson Paiva do Nascimento, 56 anos

Com informações da repórter Juliana Oliveira, da TV Jornal
O expediente começou em clima de tristeza na loja de conveniência de um posto de combustíveis na Avenida Carlos de Lima Cavalcanti, em Rio Doce, Olinda, no Grande Recife. O estabelecimento foi cenário de um assalto nessa segunda-feira (6), que terminou com a morte do pastor e contador Wilson Paiva do Nascimento, 56 anos.
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Muito abalados, os funcionários ainda estavam sem acreditar no ocorrido, mas abriram a loja como de costume. Wilson era cliente assíduo do estabelecimento. Nenhum dos trabalhadores quis gravar entrevista.
O administrador Gustavo Belfort, também cliente da conveniência, falou sobre o crime e disse que horas antes esteve no local. "Poderia ter sido eu. No dia do ocorrido eu fui na loja para resolver um assunto e saí para resolver outras pendências, e cerca de uma hora depois aconteceu o ocorrido", declarou.
O crime escancara a insegurança e medo de quem vive pelo bairro. Segundo moradores, a violência tem tomado conta das ruas de Rio Doce. "Aqui está precário, está faltando segurança. Assim como outros pontos da cidade também", disse Gustavo Belfort.
O crime
A ação foi registrada pelas câmeras de segurança do estabelecimento. Nas imagens, a vítima aparece no caixa, recebendo a mercadoria e o troco. O suspeito aparece ao lado do balcão.
Em seguida, o criminoso aborda o pastor e puxa o relógio da vítima. Nesse momento, o homem reage e entra em luta corporal com o suspeito. Na briga, Wilson é baleado no abdômen.
O delegado Victor Leite, responsável pela investigação disse que há hipótese de latrocínio, roubo seguido de morte. “Depois dos disparos ele [o pastor] caiu morto, sem chances de defesa. O ladrão está em fuga”, declarou.
A vítima trabalha a 400 metros do local. Abalado, o filho Guilherme Barcelos diz não acreditar no que aconteceu. “Se uma palavra descreve o meu pai é ‘amor’, em atitudes, palavras, ele era a nossa base. Eu perdi metade de mim. Nenhuma pena vai me devolver o que ele tirou”, declarou.
Policiamento
Procurada pelo JC, a Polícia Militar, disse em nota que o policiamento na área foi intensificado desde o começo de dezembro. Segundo o efetivo, viaturas para combate aos crimes contra os patrimônios foram enviados ao local. "O local também é policiado pelo Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI) e Motopatrulheiros. Desde ontem (6), há um esforço conjunto das polícias militar e civil, colhendo informações necessárias para capturas dos suspeitos do crime", afirmou a corporação.