
O Projeto Golfinho Rotador, que nasceu em 1990 para preservar os golfinhos de Fernando de Noronha, completa 30 anos com uma programação especial. A data é marcada pelo lançamento de um livro, que será disponibilizado gratuitamente, além de um documentário e uma exposição, atualmente em Natal, no Rio Grande do Norte.
Organizado pelos fundadores do Projeto Golfinho Rotador, o oceanógrafo José Martins da Silva Filho e o biólogo Flávio Lima, o livro "Golfinhos do Nordeste do Brasil" será lançado virtualmente nesta sexta-feira (28). A obra conta com 152 páginas ilustradas por fotos de 17 das 21 espécies de golfinhos com ocorrência comprovada no Brasil. A publicação aborda os encalhes dos golfinhos e os desafios do turismo sustentável na região. A distribuição do livro será virtual e física. O livro estará disponível gratuitamente para leitura e para download no site do Projeto Golfinho Rotador (https://golfinhorotador.org.br/publicacoes/golfinhos-do-nordeste-do-brasil/). Cópias físicas serão enviadas para as universidade e escolas da Região Nordeste.
Além da obra, um documentário sobre os 30 anos de história do projeto foi lançado no site e no canal do Youtube. Com 10 minutos, o vídeo mostra as atividades da organização, além do comportamento dos golfinhos. Também é possível conhecer mais sobre a história do projeto em uma exposição, instalada no último domingo (23) na base do Projeto Cetáceos da Costa Branca (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte), no bairro de Ponta Negra, em Natal, já que o arquipélago está fechado para visitação em decorrência da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A exposição tem 11 painéis e conta de forma lúdica, do ponto de vista dos animais, dados da espécie, de Fernando de Noronha e do próprio Golfinho Rotador.
O biólogo Flávio Lima explica que a espécie que dá nome ao projeto existe em todos os oceanos, mas vive em áreas de acesso restrito para os humanos. "Isso porque ela vive no oceano e não se aproxima da costa. Não é raro, mas é difícil de ser observada por humanos, porque elas têm preferência por ilhas oceânicas", explica o especialista e fundador do projeto.
Segundo ele, em três décadas, a organização alcançou marcos importantes, como o conhecimento científico que permitiu caracterizar o comportamento e o número de golfinhos do entorno da ilha. "Ao longo de 30 anos, registramos mais de 10 milhões de entradas de golfinhos nessas áreas. Todos os dias é realizada a contagem dos animais, e estimamos uma média de 300 golfinhos na ilha por dia", conta. Flávio Lima argumenta ainda que o projeto conseguiu levar políticas de conservação para Fernando de Noronha, além de desenvolver atividades de educação ambiental e envolvimento comunitário na ilha.
O Golfinho Rotador é sediado em Fernando de Noronha, executado pela ONG Centro Golfinho Rotador, tem coordenação do ICMBio e patrocínio oficial da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Durante esta semana, será possível conhecer mais sobre o projeto através das redes sociais (@golfinhorotador), onde será disponibilizada a websérie “Vida de Golfinho” e de depoimentos de parceiros.
Quem quiser saber mais sobre o arquipélago também pode baixar o aplicativo Conhecendo Noronha, disponível para IOS, Android e PWA. O app traz dados e imagens sobre a história, o turismo de observação da fauna, as aves, o mergulho e o surfe em Fernando de Noronha. O tour virtual inclui fotos, vídeos, mapas e informações sobre o arquipélago, que abriga duas unidades de conservação federais - um Parque Nacional Marinho e uma Área de Proteção Ambiental - e tem os títulos da Unesco de Patrimônio Natural da Humanidade e Sítio Ramsar.
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