Investimentos necessários
Prioridade para o Arco Metropolitano e a duplicação da BR-232 no aproveitamento do empréstimo bilionário para Pernambuco é notícia esperada há anos

Com deficiências notórias de infraestrutura de transporte rodoviário, tendo se destacado negativamente na avaliação da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) no ano passado, Pernambuco dispõe de alternativas que aguardam recursos para destravar a mobilidade e acelerar o desenvolvimento. Em especial para os gargalos mais conhecidos de chegada e saída do Recife, que poderia ser apenas passagem com um contorno metropolitano, e a continuação do eixo da BR-232, ligação essencial da capital com o interior, geradora de dinamismos regionais e potencialização de fluxos econômicos baseados no turismo e na cultura, por exemplo.
Das 37 rodovias que cortam o estado, apenas 2% foram consideradas em ótima conservação, com pouco menos de um terço em boas condições, e quase dois terços entre regular, ruim e péssima situação, de acordo com a CNT. O aporte de investimentos para manutenção é fundamental para melhorar o panorama rodoviário, e oferecer caminhos mais adequados à população, bem como aos visitantes. Por outro lado, a ampliação da malha configura necessidade consensual, em decorrência da baixa competitividade que a economia pernambucana vai acumulando, ao longo do tempo, sem estradas em boas condições para estimular o crescimento e a instalação de empreendimentos.
De acordo com o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Fabrício Marques, a perspectiva para o transporte rodoviário ganha um novo horizonte, a partir da aprovação de um empréstimo de R$ 1,5 bilhão com aval do governo federal, para Pernambuco, em articulação do governo Raquel Lyra. Em entrevista à Rádio Jornal, o secretário afirmou que a priorização para o uso do dinheiro será a viabilização de 25 quilômetros do Arco Metropolitano, no trecho entre as BR 408 e 101 Sul, e os projetos executivos da duplicação da BR-232 entre São Caetano e Serra Talhada, num percurso de 300 quilômetros de extensão. A notícia ainda é quase uma intenção, mas já confere algum otimismo a uma área que demanda largos investimentos. O valor bilionário também poderá servir para intensificar a manutenção da malha degradada, dentro do programa PE na Estrada.
A Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa já aprovou a tomada do empréstimo pelo Estado. O governo federal concedeu aprovação para Pernambuco buscar os recursos desde o fim do ano passado. A sintonia entre os poderes, e entre os níveis de governo, faz com que a gestão financeira acompanhe as demandas coletivas, em atendimento ao que dispõe a Constituição, e as responsabilidades que cabem aos gestores públicos.
A antecipação das prioridades pelo secretário de planejamento é importante, para que os pernambucanos acompanhem e participem da definição sobre a utilização de recursos valiosos. É de se lamentar, apenas, que o Arco Metropolitano, há muito discutido, explicado e esperado, siga na fila do engarrafamento burocrático, enquanto outros estados cuidam de seus contornos para atrair grandes empreendimentos logísticos. Tomara que os recursos cheguem logo e cumpram seus desígnios, favorecendo a um melhor ambiente de desenvolvimento nos próximos anos.