Destruíram nosso Sport
O mundo desportivo do Brasil quedou perplexo: A atual cartolagem do glorioso e tradicional Sport Clube do Recife conseguiu destruir tudo.
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Ninguém no sul do país acredita nisso. Ninguém imaginava que um dia isso poderia acontecer. Não citarei os grandes e abnegados diretores, conselheiros e presidentes que o Sport teve, podendo falhar e cometer injustiça, mas conheci pessoalmente muitos deles, homens dignos e realizados profissionalmente, nenhum alpinista social que em busca de holofote se transforma em reles cartola, analfabeto, corrupto, vaidoso e cínico. Lombroso, Ferri e Dostoiévski diziam que a principal característica do criminoso é o cinismo.
O Sport, dono de invejável patrimônio material e cultural, respeitado, admirado e louvado pela totalidade da imprensa esportiva brasileira, exportava jovens craques para o sul e exterior: Manga, juvenil de 54, pro Botafogo e seleção brasileira; Jorge, half-esquerdo do Vasco (Ely, Danilo e Jorge); Ademir Marques de Menezes, artilheiro do mundial de 50, com 9 gols; Orlando Pingo de Ouro, pro Fluminense; Vavá, campeão mundial de 58; Elcy, Mainha e Reinaldo pro Palmeiras, Juninho Pernambucano e muitos outros. Antigamente exportava jovens craques, hoje importa, por uma fortuna, desconhecidos bondes em fim de carreira. E perdeu quase todos os jogos do campeonato brasileiro, acabando na lanterna.
Meu saudoso irmão Carlos Aloysio fez o gol da vitória de 1x0 contra o Náutico, pelo time amador do Sport, no campeonato pernambucano de 55, na Ilha do Retiro. Ele estava no nosso camarote da Ilha, quando o Sport perdeu um pênalti contra um time de Goiás, se não me falha a memória. O Sport teria sido eliminado do Campeonato Brasileiro da série A. Ele se sentiu mal e foi imediatamente socorrido para um hospital. Sua dor de garganta piorou e ele morreu no outro dia. O diagnóstico médico foi que a emoção agravou sua inflamação, causando infecção generalizada.
Tenho seis filhos, netos, bisneto e sobrinhos. Todos torcedores do Sport. Gustavo Eugênio, meu sobrinho magistrado em Natal, não perdia um jogo do Sport. Vinha dirigindo seu carro com os filhos para assistir às partidas. A incompetência da diretoria rubro-negra impede que ele continue tendo esse prazer.
Arthur Carvalho –, torcedor do Sport há 77 Anos