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O mal prevalecerá?

Nesse rumo o mundo não pode dar certo, mas felizmente cirurgias para correção de defeitos genéticos já são uma realidade..........

Por SÉRGIO GONDIM Publicado em 06/06/2025 às 0:00 | Atualizado em 06/06/2025 às 10:20

Pelo menos aqui na terra, só essa vidinha mesmo. Seria lógico fazer bom proveito e plantar uma árvore. Ter prazer, um bom prato de comida, uma boa conversa, alguns amores. Vibrar com as conquistas próprias e com as de quem merece, admirar sem invejar os que se dedicam e constroem. Promover sorrisos, amizade e paz. Prestar atenção à natureza, cuidar dela, respeitar e interagir, sem destruir. Curar ou aliviar a dor.

Seria a lógica, mas a translação saiu da órbita, a brisa virou tormenta e a neblina tempestade. No processo de evolução do homem, deve ter ocorrido uma mutação, um aminoácido se revoltou, saiu do lugar e piorou a espécie. Só pode! Assassinos, genocidas, mentirosos, inescrupulosos, egoístas, criminosos em geral, sempre existiram, aqui acolá. Agora, como numa pandemia, se espalharam nos continentes. É difícil acreditar que genes comandando com perfeição tantas funções nobres tenham se organizado para o mal desde a origem.

O mundo se transformou numa grande organização criminosa com guerras entre facções.

Sempre existiu gente violenta, invasores de terras, destruidores de lares, reis, presidentes, senadores, deputados, prefeitos e vereadores com desvios de conduta, mas agora parece generalizado. Um certo espírito público que marcava presença na política não existe mais.

Sempre existiu "rapariga" de religioso, em sigilo, dando lugar à expressão: "mais camuflada do que rapariga de pastor". Hoje postam na rede social e ganham likes, mais expostas do que cinturão de soldado. Amém! Nada contra as escolhas, o problema é perceber pessoas acreditando que, sendo possuídas, serão salvas. Só pode ser mutação das brabas, determinando distorção na percepção da realidade, assim como acentuou a agressividade, a raiva, hipocrisia, preconceito e a discriminação. Mutações em sequência seriam a única explicação compreensível para certas posições políticas de pessoas antes saudáveis.

Guerras já foram disputas por campos férteis e de caça, pela sobrevivência. Hoje o combate é por minérios não comestíveis, petróleo que não mata a sede ou somente para vender armas mesmo. Pulava-se a cerca para apanhar manga ou namorar, hoje para metralhar jovens na balada.

O que se pode esperar da diplomacia que agora aperta a mão e diz: você também é louco. Para um doido, só outro, vamos brincar com fogo, que tal uma terceira guerra. Que qualidade esquisita de gente tem assumido a liderança nos países!

Aqui também não está fácil. Disseminou-se a prática do roubo. A carga que tombou, a doação da fé, a confiança do paciente, a sentença do juiz, na guarita do presídio, na fiscalização de trânsito, na aposentadoria minguada, na aposta do futebol, na oficina mecânica, nos palácios, aí nem se fala. Uma caminhada aproveitando o clima ameno da noite não é prudente, mas ficando preso em casa também é preciso estar vigilante com os golpes pela internet, em nome do pai, do filho e do espírito bancário.

Nesse rumo o mundo não pode dar certo, mas felizmente cirurgias para correção de defeitos genéticos já são uma realidade. É a esperança que resta, pois a depender da evolução natural a maldade prevalecerá.

** Acabando de escrever esse texto cheio de desesperança na humanidade, recebo uma mensagem de José Paulo Cavalcanti lembrando com saudade e carinho a data de aniversário do que seriam os 101 anos do meu pai. Logo em seguida recebi o áudio de lançamento do Mundo Bita em ritmo do piseiro com João Gomes. Mudei de opinião. O mundo tem jeito.

Sérgio Gondim, médico

 

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