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Ser mãe é resistir todos os dias

Ser mãe nunca foi fácil. De repente, a mulher se vê responsável por uma ou mais vidas — sem manual, sem garantias, sem pré-requisitos

Por ANDREZA PACHECO Publicado em 21/05/2025 às 0:00 | Atualizado em 21/05/2025 às 12:12

No mês em que celebramos o Dia das Mães, quero compartilhar histórias que mostram como o Programa Mães de Pernambuco tem feito a diferença na vida de quem mais precisa._

Ser mãe nunca foi fácil. De repente, a mulher se vê responsável por uma ou mais vidas — sem manual, sem garantias, sem pré-requisitos. A maternidade não nasce pronta: ela se constrói dia após dia, permeada por amor, mas também por medo, angústia e incerteza. Para muitas, essa experiência vem acompanhada de desafios ainda maiores, como a luta pela sobrevivência em meio à vulnerabilidade social, marcada pelo desemprego, insegurança alimentar, moradia precária e dificuldade de acesso a serviços básicos. São mulheres que cuidam dos seus, mas que, tantas vezes, se veem sem condições de garantir o mínimo necessário para seus filhos. Na assistência social, essa é uma realidade presente todos os dias: mulheres tentando sustentar o mundo com quase nada nas mãos.

Por isso, neste mês das mães, não poderia deixar de destacar o impacto que o Programa Mães de Pernambuco tem gerado em nosso estado. Mais de 121 mil mulheres em situação de vulnerabilidade, com filhos de 0 a 6 anos, já foram beneficiadas com R$ 300 mensais — um investimento que ultrapassa R$ 357 milhões. Pode parecer pouco diante dos desafios diários, mas representa um importante passo: coloca essas mulheres no radar das políticas públicas e reconhece o papel central que elas ocupam na estruturação das famílias e comunidades. É na articulação com áreas como saúde, educação, trabalho e segurança alimentar que se evidencia a força da integração de políticas públicas. E só assim será possível promover autonomia, dignidade e garantir que ninguém fique para trás.

É verdade que o valor não resolve tudo. Mas não se engane: ele muda muita coisa.

Nas visitas aos municípios, os relatos emocionam e deixam marcas profundas. Em uma delas, conheci uma mulher de 42 anos, moradora do Sertão, que, com o benefício somado ao Bolsa Família, conseguiu comprar pela primeira vez um fogão e uma geladeira. Cinco filhos, sem marido, vivendo de faxinas esporádicas. O que para muitos pode parecer simples, para ela significou o resgate da dignidade na cozinha de casa.

Outro relato que permanece vivo na memória é o de uma jovem mãe com nove filhos. Antes do benefício, a refeição mais comum era uma papa de farinha com água — apenas para amenizar a fome. Hoje, ela consegue fazer uma feira mais robusta, com variedade e, o mais importante, ver seus filhos melhor alimentados.

Atuar na assistência social é desafiador. Diariamente, lidamos com histórias que nos tiram o sono. Mas também temos o privilégio de acompanhar, de perto, transformações reais acontecendo. Participar da implantação do maior programa de transferência de renda do Norte e Nordeste é algo que marca a trajetória de quem acredita no poder das políticas públicas.

E isso se torna ainda mais especial em um governo liderado por duas mulheres — a governadora Raquel Lyra e a vice-governadora Priscila Krause — que compreendem, na prática, os desafios e as urgências que atravessam a vida das mulheres e das mães de Pernambuco.

A todas as mães do nosso estado — que são força, colo, coragem e afeto — o meu reconhecimento e meu abraço. O caminho é longo, mas seguimos caminhando juntas.

 Andreza Pacheco, secretária executiva de Assistência Social de Pernambuco

 

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