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Alternativas de capitalização

Ser empresário no Brasil é um grande desafio. No momento atual, em que se encontra a nossa economia, é desafiador manter a atividade empresarial.

Por CLÁUDIO SÁ LEITÃO E PAULO TAVARES Publicado em 08/05/2025 às 0:00 | Atualizado em 08/05/2025 às 9:52

Para conter a inflação, o Banco Central elevou a taxa de juros, a fim de reduzir a demanda. Essa medida encareceu o custo do crédito bancário, desestimulando o consumo e os investimentos. Como consequência, as companhias (cias) estão enfrentando dificuldades para captar recursos, seja para capital de giro e/ou expansão, tendo em vista que o custo de captação está tão elevado, que não remunera o investimento que venha a ser realizado. Por isso, alguns grupos econômicos (GE) estão avaliando formas de captação, visando identificar novas alternativas de capitalização.

Também, estão revendo as suas estratégias equivocadas adotadas no passado para seus negócios, relacionadas com a diversificação de investimentos, de forma a reduzir a sua alavancagem de suas operações. Um dos grandes riscos, nos movimentos de diversificação, é que muitas vezes os GE, nem sempre tem a mesma expertise no novo empreendimento, em relação ao setor da economia em que foi vencedora. Em função disso, certos investimentos efetuados no passado ou algumas medidas de expansão adotadas, em um período da economia mais favorável, não se concretizaram em resultados positivos.

Outros GE que apresentam os seus balanços com bons índices econômicos financeiros e incremento dos fluxos de caixa, mas buscam recursos para a expansão dos seus negócios, em novos empreendimentos, estão avaliando alternativas para buscar capital internamente, por meio dos acionistas controladores, ou externamente, através de captações em níveis atrativos e razoáveis que permitam fazer investimentos. Sem considerar àquelas cias que analisam a possibilidade de abertura de capital, conhecida como IPO (Initial Public Offering), , também, as que procuram reduzir suas dívidas bancárias, buscando recursos para expansão das operações, colocando na mesa alternativas para conseguir aporte de valores, sob a forma de capital, para dar fôlego aos negócios.

Essa é a razão principal da requalificação de portfólio efetuada por GE com a venda de divisões de negócios aos seus concorrentes, como forma de alavancar recursos e também de concentrar em negócios estratégicos. Ultimamente, a venda de participações societárias de cias tem crescido, pois os GE não desejam enfrentar ao processo complexo do IPO, para ter as suas ações negociadas na bolsa de valores. O atual cenário de elevada taxa de Selic (14,25%), com projeção para 15% ainda em 2025, e de baixo retorno dos investimentos, exige muita cautela das cias e dos GE, inclusive revisão na estratégia adotada no passado e no plano de negócios para o futuro.

Na busca de recursos, por meio de alternativas de capitalização, as cias e os GE estão também alienando ou desmobilizando ativos operacionais e propriedades para investimentos, a fim de fortalecer sua estrutura de capital, de modo a possibilitar a implantação de seus planos de investimentos com taxas de juros menores e de manter a sustentabilidade financeira dos negócios.

Cláudio Sá Leitão e Paulo Tavares , conselheiros e Consultores de Empresas

 

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