Os pilares para transformar mulheres em líderes de sucesso
Precisamos no Brasil de um modelo em que a mulher não precise abrir mão de quem é para alcançar seus resultados através do empreendedorismo.

Nos últimos anos, o empreendedorismo feminino tem ganhado força no Brasil, revelando uma geração de mulheres determinadas a conquistar independência financeira, realização profissional e impacto social por meio dos seus negócios. Em 2024, o empreendedorismo feminino no Brasil atingiu um marco histórico. De acordo com relatório técnico do Sebrae, são 10,35 milhões de mulheres à frente de negócios próprios, representando 33,9% do total de empreendedores no país. Esse dado não apenas revela a força crescente das mulheres no ecossistema empresarial, como reafirma seu protagonismo na transformação econômica e social do Brasil. Cada vez mais, elas deixam de ocupar espaços coadjuvantes para assumirem o papel de líderes, gestoras e criadoras de soluções inovadoras e sustentáveis.
Essa presença cada vez mais expressiva, no entanto, ainda convive com inúmeros desafios. Embora muitas mulheres estejam assumindo a liderança dos seus próprios negócios, nem todas conseguem crescer de forma estruturada e alcançar o sucesso que desejam. É justamente por isso que se faz urgente criar caminhos concretos e acessíveis para impulsionar essas trajetórias. E é essa a missão que me move. Acredito que, para uma mulher empreender com sucesso, ela precisa de mais do que vontade: ela precisa de clareza, estratégia, comunicação e estrutura. Para isso, é preciso ter foco e atentar a cinco importantes pilares.
O primeiro pilar é a clareza na estrutura do negócio. Muitas mulheres têm várias ideias, mas não sabem por onde começar. A falta de clareza sobre o modelo de negócio, o excesso de informação e ruídos, e falta de definição do público-alvo, diferenciais competitivos e canais de venda comprometem a sustentabilidade do projeto. É preciso compreender a base do que está sendo construído.
O segundo pilar é a comunicação e o posicionamento. Em um mundo digital, é impossível prosperar sem visibilidade. É por isso que é extremamente necessário lapidar sua postura, posicionamento e imagem pessoal, assim como sua presença nas redes sociais. Costumamos ouvir que: "Quem não é vista não é lembrada - e quem não é lembrada, dificilmente será valorizada". E é verdade!
O terceiro pilar é a atração de clientes. Aqui o foco não está na prospecção, em bater na porta de clientes que não te conhecem, mas sim criar um mecanismo de atração de clientes de uma forma estratégica e orgânica.
O quarto pilar é um dos mais desafiadores nos dias atuais: gestão do tempo e produtividade. A sobrecarga emocional e a dificuldade de conciliar a vida pessoal com a profissional ainda são uma realidade para a maioria das mulheres empreendedoras. Dados da Rede Mulher Empreendedora (RME) mostram que 70% das empreendedoras são mães e a maioria iniciou seu negócio por necessidade. Por isso, é fundamental trabalhar a autogestão, o planejamento da rotina e o foco nas atividades que geram mais resultado.
Por fim, o quinto pilar é a gestão de negócios, o que marca a transição da empreendedora para a empresária. Nesse estágio, ela precisa dominar os números da empresa, ter um plano bem definido com estratégias, metas e ações, precificação e autogerenciamento da sua rotina como dona do seu negócio.
Empreender é um caminho possível, mas exige preparo. É hora de construir um novo modelo de sucesso feminino no Brasil. Um modelo em que a mulher não precise abrir mão de quem é para alcançar seus resultados. Um modelo no qual é possível viver uma vida realizada através do empreendedorismo.
Aline Portela, consultora empresarial, professora e mentora em posicionamento e negócios.