OPINIÃO | Notícia

Claudia Molina: Segurança pública: a paz não se mede em números

Segurança sem valorização, estrutura e investimentos adequados é uma ilusão. Inclusive, qualquer iniciativa na área desmorona como um castelo de areia

Por CLAUDIA MOLINA Publicado em 19/03/2025 às 7:00 | Atualizado em 19/03/2025 às 7:19

Segurança não é apenas uma estatística fria em uma planilha. É o alívio de um pai ao ver o filho chegar em casa. É uma mulher que caminha sem medo. É um comerciante que abre suas portas sem receio. Se os índices de criminalidade caem, mas o temor ainda domina as ruas, a paz continua sendo apenas uma promessa distante.

Segurança não se limita ao combate à criminalidade. Cidades bem iluminadas, espaços públicos preservados, monitoramento inteligente e um sistema de justiça íntegro são determinantes para que a sensação de proteção se torne realidade.

Assim, sentir-se seguro não requer apenas a ausência de crimes, mas a certeza de que o ambiente ao redor é controlado, previsível e confiável. O medo nasce do abandono e, onde há negligência, o crime se fortalece.

Segurança vai além de números. Manifesta-se na confiança da população ao sair de casa e na certeza de que haverá alguém para resguarda-la. Portanto, delegados, agentes, escrivães e policiais militares não são apenas cargos em uma estrutura burocrática.

São profissionais que, diariamente, enfrentam o desconhecido para garantir a ordem. É a existência deles que permite o sentimento de tranquilidade. Contudo, como esperar que defendam a sociedade se não recebem o reconhecimento, recursos e respaldo necessários para exercer sua missão com excelência?

Segurança sem valorização, estrutura e investimentos adequados é uma ilusão. Inclusive, qualquer iniciativa na área desmorona como um castelo de areia, caso os profissionais da linha de frente estejam exaustos, sem suporte e constantemente expostos ao perigo.

Remuneração justa, equipamentos modernos, capacitação contínua, suporte psicológico e respeito institucional não são regalias, mas condições essenciais para que atuem com eficiência e comprometimento.

Segurança é um direito, não um privilégio. E para garanti-la, é essencial valorizar aqueles que dedicam suas vidas à proteção da população, porque é a presença efetiva deles que traz estabilidade à sociedade. Se a paz não se mede em números, a valorização deles também não pode se limitar a discursos. Destarte, sem investimentos reais neles, qualquer avanço será passageiro.

Vice-presidente da ADEPPE, Claudia Molina

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