Uma nova Academia
Estudos aprofundados sobre as letras, as artes e as ciências, fazem parte do dia a dia dos maçons, porque a filosofia do tempo e do espaço interessam.

A Maçonaria Universal é uma instituição deveras antiga, que prega, desde os seus primórdios, a liberdade, a fraternidade e a igualdade entre todos os seres humanos. Ela só convive com aqueles que estejam dispostos a cultuar o bem ao próximo, sem manifestar, publicamente, as suas atitudes nobres em defesa da humanidade. A Maçonaria não é uma religião, ademais dela participam pessoas de todas os credos religiosos. A Grande Loja de Londres, fundada em 24 de junho de 1717, ainda hoje em atividade, foi a primeira Loja Maçônica efetivamente constituída no mundo, que reuniu e reúne homens de bons costumes. Foi a Grande Loja de Londres, certamente, quem decidiu abrigar e amparar homens voltados para o bem-estar social e para a nobreza de contribuir para a supremacia de uma sociedade igualitária e justa. A primeira Loja fundada no Brasil, segundo os historiadores, nasceu em Itambé-PE, que se opondo ao domínio português da época (1796), pelos seus maçons, deram os primeiros passos para a independência do Brasil, com amparo nos ideais de Frei Caneca, Arruda Câmara, Pereira Tinoco, João Ribeiro Pessoa e tantos outros abnegados maçons que dignificaram a soberania brasileira.
O Grande Oriente do Brasil, fundado por D. Pedro I - que foi, aliás, o seu primeiro grão-mestre - proporcionou o alicerce de uma instituição que ao longo dos anos vem se dedicando à preservação dos interesses sociais, no mais das vezes em sigilo, pois a bondade humana deve abdicar do orgulho e do prazer de fazer o bem ao próximo, até porque as suas benevolências não necessitam de divulgação. Nesse prisma, outras grandes organizações maçônicas foram surgindo com o tempo, todas irmanadas no sentido de contribuir para que a sociedade e seus maçons possam elastecer a dignidade humana, em detrimento da imperfeição e da destreza entre os homens e mulheres. A Maçonaria, outrossim, busca, também, a perfeição humana, uma outra obediência que é perseguida cotidianamente pelos seus membros.
Estudos aprofundados sobre as letras, as artes e as ciências, fazem parte do dia a dia dos maçons, porque a filosofia do tempo e do espaço sempre mereceram uma atenção especial da instituição, em busca da perfeição e dos bons costumes que devem nortear o ideais da Ordem Maçônica.
Bem por isso, um conjunto de maçons regulares, vinculados ao Grande Oriente Independente de Pernambuco (GOIPE), Grande Loja Maçônica de Pernambuco (GLMPE) e ao Grande Oriente de Pernambuco (GOPE), em comum acordo de vontades, resolveram criar a primeira Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes de Pernambuco (AMACLA), formada exclusivamente por membros da Ordem Maçônica do Estado, com o fim precípuo de fomentar as letras, as ciências e as artes, que fazem parte do seu passado, do presente e do seu futuro.
Prestes a dar posse aos seus 28 (vinte e oito) Acadêmicos, a AMACLA tem tudo para aprofundar e investir no estudo e nas pesquisas do Mundo Maçônico, no afã de contribuir efetivamente com os marcos e ideais da Maçonaria Universal, buscando, sempre, o aperfeiçoamento dos seus maçons, em benefício da sociedade e da família.
Não esperem, entretanto, que a Academia seja confundida com os ditames gerais da Maçonaria, mas, sim, que ela seja um espaço destinado aos estudos e às pesquisas científicas que envolvam todas as correntes maçônicas, pois certamente os seus membros estão dispostos a abraçar, com todo vigor, todos os ideais e prestezas da Maçonaria Universal.
Por fim, em síntese, a Academia tem como objetivos: a) a produção de trabalhos que resultem no acréscimo do conhecimento maçônico, com publicação anual comemoração de fatos históricos e dadas de grande relevância cultural do estado de Pernambuco; b) homenagear instituições e/ou personalidades; d) realizar concursos, cursos, seminários, simpósios, palestras, conferências e atividade similares; d) promover intercâmbio com entidades acadêmicas e culturais; e) apreciar e opinar sobre trabalhos maçônicos publicados e os que sejam passíveis de publicação, emitindo parecer sobre os mesmos; f) receber e outorgar honrarias maçônicas; g) manter programa editorial, biblioteca, arquivo dos Patronos e Acadêmicos, acervo documental por multimeios, estruturar Museus Maçônicos e Literários; e, finalmente, h) adotar e desenvolver outras atividades, com o fim de alcançar os seus objetivos.
Adeildo Nunes, juiz de Direito aposentado, professor da pós-graduação em Direito do Instituto dos Magistrados do Nordeste, doutor e mestre em Direito de Execução Penal, presidente da Academia Maçônica de Ciências, Letras e Artes de Pernambuco (AMACLA)