A Pátria, o civismo e a cidadania
A cidadania do voto precisa ser, por competência, o voto da cidadania. Eis a mão dupla, eis a luz no final do túnel, o desenvolvimento social ,

Nada mais atual e oportuno do que, ao clima do Mês da Pátria e das Eleições Municipais, refletirmos sobre os valores da Terra-Mãe, o legado deixado pelos nossos ancestrais, notadamente os heróis e mártires, aqueles cujos nomes, em nossa História e nas Praças, têm a sonoridade do bronze.
Desejo meditar com você, leitor amigo.
De logo, a independência brasileira é algo inquestionável que bem merece os festejos cívico-culturais, neste ano, já celebrados. Ainda hoje repercute o gesto romântico de D. Pedro I, quando, às margens do Ipiranga, em São Paulo, gritou espada à mão: “Independência ou Morte.” Valeu o simbolismo do brado, mas outra saída não existia, haja vista a prevalência, sobre o nosso povo, do ideário da liberdade.
Nesse contexto, Pernambuco, desde a Revolução de 6 de Março de 1817, antecipava-se ao País. Tanto mais quanto expressiva foi, pela Junta Governativa de Goiana, em 29 de agosto de 1821, que deu origem à Convenção de Beberibe, de 5 de outubro de 1821, o nosso Estado já se tornara autônomo, precedendo, em 11 meses, à própria Independência do Brasil.
Ainda não cheguei onde desejava: ao questionamento que muitos fazem da autonomia de cada brasileiro.
Não me canso de repetir Milton Nascimento, quando ele disse: “A Independência de uma Nação é igual à soma das liberdades de cada cidadão.”
O 7 de Setembro é o desgarroteamento do Brasil do jugo português. A data-símbolo de um civismo, portanto, que não pode esmorecer, tampouco das passagens a outros valores alienígenos e/ou colonizadores. O Hino e a Bandeira, o verde-amarelo, são chamas ao amor dos filhos do País-Berço à Pátria-Mãe.
Por isso, dentre os jovens e entre as escolas, homens, mulheres e crianças, não se pode perder a identidade de cada um, para que a equação seja: Povo + Terra = Nação.
Agora, e o direito à alimentação, à moradia, à saúde, à educação e ao trabalho? Onde os patamares mínimos à dignidade humana? Cidadania, eis a questão!
Sim, ao Brasil incumbe, por suas dimensões continentais, pelo seu chão, denso e intenso, por sua gente, valorosa e criativa, buscar, mediante ações importantes e estruturadoras, a qualidade de vida dos seus filhos, um a um, somados, igual ao seu povo, um contingente de pessoas à altura dos parâmetros mínimos à humana dignidade.
Associe-se à administração pública, parcelas imprescindíveis à meritocracia, a exemplo de: ética, moral, planejamento, priorização social, economia, racionalidade nos investimentos, parcimônia nos gastos, etc, medidas salvadoras à presença dos “biafras” entre os nossos, libertadoras ao decesso do desenvolvimento social, males atemorizantes ao Brasil, por exemplo, se comparado à Venezuela entre outros países da América do Sul e mundo afora.
Qualidade gerencial, eficácia e eficiência, é o que se pede!
Se tudo isso acontecer positivamente, como descrito acima, reacende-se a fogueira da esperança, da crença num País socialmente mais justo e mais humano.
À nossa frente uma decisão imediata: as Eleições Municipais: Pare! Pense! Vote! Mas, cuidado! O direito de escolha está associado ao dever de bem selecionar. O voto é um ato de responsabilidade cívica, avultando no sufrágio o imperioso exercício da consciência do eleitor, de cada qual, quando diante das urnas e da democracia.
A cidadania do voto precisa ser, por competência, o voto da cidadania. Eis a mão dupla, eis a luz no final do túnel, buscando o desenvolvimento social de sua cidade, do seu povo. Acreditemos!
Roberto Pereira foi secretário de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco e é membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.