OPINIÃO | Notícia

A odontologia e a Inteligência Artificial (IA)

Inovações futuras virão, integrações com outras tecnologias emergentes também, utilizar tais recursos em benefício da Odontologia é crucial.

Por ALINE DAMASCENO Publicado em 24/09/2024 às 0:00 | Atualizado em 24/09/2024 às 9:31

A odontologia, como escola, foi inaugurada em meados de 1840 nos Estados Unidos, mas, muito antes de ser um curso graduado, já existiam relatos históricos em 3700 A.C., quando civilizações antigas se interessavam pelas enfermidades e procedimentos odontológicos.

Trazendo a Odontologia para os dias atuais, a especialidade acompanhou os passos largos da evolução e hoje podemos encontrar alta tecnologia em todos os seguimentos da dentistaria.

A Inteligência Artificial tem transformado várias áreas da medicina e com a odontologia não poderia ser diferente. Então o que vem a ser IA? É um campo da ciência da computação dedicado a criação de sistemas e máquinas que são capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana. Essas tarefas incluem o raciocínio, a aprendizagem, a percepção e a tomada de decisão. A IA utiliza algoritmos e modelos computacionais para analisar dados, reconhecer padrões e fazer previsões ou recomendações com base nesses dados.

Podemos encontrá-la em muitas especialidades:

Na radiologia, elevou a análise de imagens radiográficas, tomografias e outras modalidades para detectar cáries, fraturas e outros problemas da cavidade oral com alta precisão.

Na ortodontia e cirurgias ortognáticas, os softwares de IA ajudam a planejar tratamentos ortodônticos e traçados cirúrgicos que outrora eram feitos de maneira manual com réguas e lápis e hoje contam com a precisão robótica.

E não se limita a planejamento, pois existem verdadeiros robôs cirúrgicos capazes de realizar procedimentos com alto esmero como a colocação de implantes dentários.

Citando mais um exemplo, uma simples aplicação anestésica pode ser controlada por um sistema automotizado onde o gotejamento do líquido é preciso e controlado através da IA para que o paciente se sinta confortável e não relate sintomatologia dolorosa.

Existem também softwares com simulações realistas de previsibilidade de um resultado final na estética como na indicação das facetas dentárias, mudanças faciais após cirurgia ortognática ou até na harmonização facial. O paciente, nessas situações, sente-se mais seguro antes de se submeter a algum desses procedimentos. Poder ver com seus olhos, uma previsão, mesmo que exista uma margem de dissimilitudes, é confortável e traz tranquilidade. Afinal, estamos falando de biologia humana e não de ciências exatas.

Apesar de algumas faculdades já incluírem na sua grade curricular a disciplina de gestão e administração, o cirurgião-dentista conclui sua formação com lacunas e inexperiência quando se trata de administrar finanças e pessoas, e a IA atua beneficiando os profissionais da saúde com sistemas de gerenciamento, agendamento, análise de dados e contabilidade tudo interligado.

Diante dos fatos, não adianta fechar os olhos e achar que a IA não passa de puro modismo, é real e global. Está dentro de sua casa e também do outro lado do mundo. Está nas ciências e já é histórico.

Utilizar de seus benefícios como redução de erros, analisar e interpretar grandes volumes de dados, precisão em diagnósticos e tratamentos torna o profissional mais EFICIENTE. Essa é a estrada para o futuro. Sem esquecer das suas aptidões natas, da sua autonomia de pensamentos e ações, é importante que elas não estejam atreladas à dependência tecnológica. A IA não destrói seus neurônios.

Inovações futuras virão, integrações com outras tecnologias emergentes também, utilizar tais recursos em benefício da Odontologia é crucial, pois a mudança já aconteceu e a IA promete um futuro onde a inovação será a norma, elevando o padrão de saúde bucal a novos patamares.

 

Aline Damasceno, cirurgiã dentista

 

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