ESG e valorização das empresas
As empresas em geral devem se preocupar em desenvolver seus programas de ESG, de forma estruturada e com um olhar jurídico apurado

Um futuro sustentável é responsabilidade de todos! A partir desse conceito surgiu no mundo moderno uma forte questão de responsabilidade social das pessoas em geral. Para as pessoas jurídicas, sociedades empresarias, floresceu a sigla ESG – Environment, Social and Governance e que, no Brasil, significa a conscientização com a responsabilidade ambiental, social e de governança corporativa por cada uma das empresas existentes.
Muito além da questão da responsabilidade com esses três temas, as empresas vêm obtendo expressivas valorações em seus números. Matéria recente da Revista Exame apontou as principais empresas brasileiras que se destacam nessa temática e, ao mesmo tempo, mostrou que a empresa vencedora do ranking por ela formado, Grupo Boticário, teve seu faturamento quadruplicado, dentre outros fatores, também pela adoção das práticas de ESG, com destaque muito especial para a questão aplicável à governança.
O tema governança esta muito em alta, em especial nesse momento em que as empresas já visualizam a necessidade de pensar em seus projetos de sucessão interna e familiar, assim como e preocupam com a questão da formatação de conselhos (consultivos ou de administração) e, ainda, com a criação de um conselho de sócios, que visa dar o direcionamento aos negócios empresariais de maneira firme e consciente.
Contudo, não se pode descuidar das questões ambientais e sociais. Assim, as empresas vêm adotando programas de recilclagem em geral, uso de produtos que não ataquem o meio ambiente, utilização de energias renováveis, reuso de água e tantas outras formas de contribuir para um meio ambiente mais sustentável. No que se refere às questões sociais, muitas empresas formam e educam jovens em suas áreas de atuação empresarial, muitas vezes aproveitando-os como mão de obras qualificadas em seus empreendimentos, sendo este um importante exemplo a ser seguido.
Assim, dúvidas não restam que as empresas em geral devem se preocupar em desenvolver seus programas de ESG, de forma estruturada e com um olhar jurídico apurado para que os reflexos de suas ações possam constituir seus relatórios anuais, os quais, em última análise, demonstram, além dos resultados ali apontados, que essas empresas são social e ambientalmente responsáveis e que, do ponto de vista estratégico, possuem um importante sistema de governança empresarial e organizacional.
Ramiro Becker, advogado e sócio fundador da Becker Advogados