OPINIÃO | Notícia

A jornada ESG ou ASG

O mundo não é linear. É biológico. Feito de ciclos. Não tem uma linha. Então não tem de jogar fora

Por JÕ MAZZAROLO Publicado em 06/06/2024 às 5:00

Estas letras não são moda. Alguns preferem chamar de sustentabilidade. O problema não é a definição, é a prática. Práticas sustentáveis para conseguirmos viver no planeta e para a longevidade dos negócios. Uma crise hídrica compromete a sobrevivência de uma empresa.

Marcos Assi da consultoria Massi trouxe a governança para frente do ESG e definiu: ESG é uma Governança ambiental, social e corporativa. Trouxe a governança como base do ESG. Meio ambiente, economia e pessoas: linear, circular, finito, infinito, degenerativo, regenerativo

Rubens Ricúpero, um dos idealizadores do plano real dizia que economia é a ciência que estuda a alocação de recursos escassos. A economia não falava em recursos ambientais e sociais que são os recursos escassos que temos no sistema. Alguns pesquisadores já nem gostam de chamar de recursos. Chamam de bens. Porque recursos são para gastar, bens, para guardar.

O mundo não é linear. É biológico. Feito de ciclos. Não tem uma linha. Então não tem de jogar fora. Jogar fora é como se você tirasse o lixo da cozinha e jogasse na sala. O sistema econômico está dentro desta capacidade do planeta de se regenerar. Só ver o que aconteceu na pandemia. Nós ficamos trancados e os bichos foram para a rua. A biodiversidade reassume o planeta. Por isso não estamos aqui pra falar de salvar o planeta. Estamos aqui para falar de salvar a gente, a sociedade. Nós, como continuidade do sistema econômico vigente.

A nossa economia precisa estar dentro da capacidade de nosso planeta de se regenerar. E o que nós estamos fazendo? Como estão nossas atividades corporativas?O desenvolvimento sustentável é o que permite satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. E, qual o custo das catástrofes, as chamadas externalidades.

Quanto custou a enchente de 28 de maio de 2022, em Pernambuco? Quanto vai custar e a que preço, a catástrofe no Rio Grande do Sul. Esta catástrofe deve nos deixar diferentes. Diferentes no pensar, decidir e agir. A catástrofe varreu a vida, a memória, a história, os sonhos de milhares de gaúchos. E comoveu também o Brasil e o mundo. Solidariedade sem precedentes. Mas agora é preciso pensar adiante. Usar a ciência e propor soluções. E gestores de municípios e Estados do

Brasil precisam se perguntar: se isso acontecesse na minha cidade, no meu Estado. A ciência está aí e pode ajudar a reduzir efeitos tão danosos e desumanos.

Jô Mazzarolo, consultora e palestrante

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