OPINIÃO | Notícia

A Academia de Letras Maçônica de Pernambuco

A posse da sua diretoria provisória acontecerá hoje, durante almoço no restaurante Adega, no Clube Português do Recife, com entrada franqueada a todos, sejam maçons ou neófitos.

Por Adeildo Nunes Publicado em 06/06/2024 às 0:00

A Maçonaria Universal é uma instituição filosófica, filantrópica, educativa e progressista. Embora seja atrelada constantemente a crenças espirituais, a Ordem Maçônica em si não é uma religião. Pelo contrário, a instituição acolhe homens e mulheres de qualquer culto religioso. Atualmente são incontáveis as Lojas Maçônicas espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil, compostas exclusivamente por mulheres. Entre os seus princípios básicos, destacam-se o cultivo e a defesa intransigente da liberdade, igualdade e fraternidade, preceitos que também guiaram a Revolução Francesa de 1789, que influenciou, por demais, os destinos da Ordem. Além disso, a maçonaria tem como objetivo a verdade, o exame da moral e a prática das virtudes humanas.

Cabe lembrar que a Maçonaria surgiu na Idade Média, por meio de encontros de fraternais pedreiros da época. Os seus primeiros membros comumente usavam palavras e símbolos secretos para que pudessem reconhecer uns aos outros sem que fossem percebidos. Após esse período, a maçonaria passou a aceitar outros membros, transformando-se em uma entidade dedicada à liberdade de pensamento, a expressão política e religiosa. Os seus novos membros que foram aceitos e ingressaram na Ordem, a partir do início do Século XVIII, geralmente eram advindos das classes burguesas ou nobres. No seu surgimento, a Maçonaria era uma entidade secreta, porém, atualmente, a sua existência já é de conhecimento amplo na sociedade, mormente depois da chegada das redes sociais, que certamente impulsionaram suas bases sociais e humanas, à vista de todos e de todas. Ao longo da história, porém, a maçonaria vem assumindo um papel importante em diversas partes do mundo ocidental, em especial na Europa. Sabe-se que em 1717, por exemplo, foi fundada a primeira Grande Loja de Maçônica, na Inglaterra, que até hoje cultiva a paz na humanidade.

No Brasil, a Maçonaria deu os seus primeiros passos no ano de 1797, com a Loja Cavaleiros da Luz, na Bahia. Logo após, mais lojas foram criadas em todo território nacional. A Loja Simbólica Areópago de Itambé, Pernambuco - para muitos a primeira Loja instalada no Brasil - também fundada e instalada em 1797, teve uma participação ativa na luta pela independência do Brasil, principalmente durante a Revolução do Equador. Entre os seus nomes ilustres do passado, estão Dom Pedro I, José Bonifácio de Andrada e Silva, Beethoven, Haydn, Mozart, Frederico, o Grande Napoleão Bonaparte, Rui Barbosa e Deodoro da Fonseca, dentre outros tantos personagens que ilustraram a história da Ordem Maçônica.

Pernambuco - além do privilégio de ser pioneiro na formação dos seus maçons - sempre dignificou a instituição, uma vez que por aqui passaram Frei Caneca, Manuel Arruda Câmara, Gervásio Pires, Joaquim Nabuco, Joaquim Nunes Machado, Luiz Gonzaga e tantos outros obreiros que honraram a história e o desenvolvimento maçônico. Hoje, a Maçonaria permanece prestando relevantes serviços à humanidade, fazendo o bem ao próximo, sem augurar vantagens de qualquer modalidade.

Pois bem: um conjunto de maçons de Pernambuco, filiados ao Grande Oriente, Grande Loja e Grande Oriente Independente, resolveram se unir e criar a Academia de Letras Maçônica de Pernambuco, uma associação literária, sem fins lucrativos, que tem como finalidade a difusão do conhecimento, estímulo à cultura de todas às espécies e incentivando as letras relacionadas à Maçonaria, buscando, ademais, a perseverança, a união e a fraternidade entre os seus 33 (trinta e três) membros.

A posse da sua diretoria provisória acontecerá hoje, durante almoço no restaurante Adega, no Clube Português do Recife, com entrada franqueada a todos, sejam maçons ou neófitos.

Adeildo Nunes, juiz de Direito Aposentado, Doutor e Mestre em Direito de Execução Penal, Presidente da Academia de Letras Maçônica de Pernambuco, Professor da Pós-Graduação em Direito pela Faculdade Damas do Recife e do Instituto dos Magistrados do Nordeste

 

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