
É interessante lembrar do período eleitoral quando toda a mídia tradicional e a esquerda-progressista esperneavam dia e noite chamando Bolsonaro de tirano-genocida; e agora ver essa turma atônita ao ver Lula recebendo, com honras de chefe de estado, o maior ditador das Américas, é risível. Um verdadeiro escárnio.
O esforço dos pseudointelectuais para achar uma desculpa para tamanho disparate está sendo gigantesco. Mas, não tem jeito. Não há como defender tamanha agressão aos direitos humanos.
Estranho é ver a inércia dos tribunais de (in)justiça desse país.
O TSE, na eleição presidencial do ano passado, censurou o PL, partido do ex-presidente, por ter vinculado em sua propaganda política a imagem dos ditadores Nicolás Maduro, da Venezuela, e Daniel Ortega, da Nicarágua, à do Lula. Pois bem, foi retirada de circulação por estar divulgando “fake news”, é rir para não chorar!
Imaginem esse pessoal aí, liderado por Alexandre de Moraes, ser o responsável pela aprovação de uma lei para nos dizer, nós eleitores-cidadãos, o que é verdade e o que não é?! Por favor...
Bem, vamos ao que interessa. Explicar ao leitor o que é uma democracia, o que não é, e onde está a Venezuela nesse quesito.
Uma democracia precisa preencher alguns requisitos básicos. A literatura, que muito provavelmente está em falta nas bibliotecas petistas, traz alguns desses requisitos resumidos: a. eleições livres, limpas, periódicas, com direito à alternância para os poderes executivo e legislativo; b. sufrágio universal; c. direitos civis e políticos garantidos (aí estão inseridos as liberdades civis e políticas); d. judiciário livre de interferências políticas, portanto, independente e imparcial; e. instituições capazes de controlar a violência e a corrupção.
Vamos lá, o que podemos utilizar para medir cada um desses requisitos num estudo de caso, o da Venezuela?
a. Eleições livres e limpas: o Democracy Index da Revista The Economist Intelligence Unit deu nota zero (entre 0 e 10, quanto mais próximo de dez, mais democrático é um país) a Venezuela em seu processo eleitoral e pluralismo político. Neste conceito, além das eleições analisadas conforme a nossa definição acima, leva-se em conta se há oposição livre. O regime de Maduro tem mais de 240 presos políticos. O Observatório dos Direitos Humanos afirma que os prisioneiros políticos são torturados, incluindo aí choques elétricos, afogamento e estupros. O parlamento é formado por apoiadores da ditadura sendo, dessa forma, um mero apêndice do poder executivo tirano de Maduro.
b. Sufrágio universal: não há como o sufrágio universal impactar positivamente na democracia, já que os crimes praticados no critério acima inviabilizam eleições livres e universais, que já foram classificadas como fraudulentas por importantes órgãos internacionais.
c. Direitos civis e políticos: numa nota de zero a dez, o mesmo índice de democracia deu a nota 2,3 para a Venezuela na garantia das liberdades civis. As restrições a mídia e a perseguição de opositores, com tanques de guerra sendo utilizados para reprimir manifestações, assassinatos e mais de 19 mil pessoas mortas extrajudicialmente, demonstram como esse requisito é chutado pelo regime de Maduro, amiguinho do Lula.
d. Judiciário livre e imparcial: o poder judiciário na Venezuela parece ser o exemplo que o judiciário daqui tem. Um poder lacaio do tirano Maduro. Mais ou menos como o STF e o TSE do Brasil, persegue a oposição e é mais um braço do poder de Maduro que se entranhou nas instituições daquele país.
e. Instituições de controle da violência e da corrupção: violência e corrupção são fenômenos altamente correlacionados. Onde um está o outro se alimenta. Não é diferente na Venezuela, berço do narcotráfico terrorista desde a época de Hugo Chavez. Lá os homicídios mais que triplicaram no período dos governos desses dois patifes. Hoje a Venezuela tem patamares de homicídios superiores aos 50 por cem mil habitantes e o seu indicador de investigação criminal é o pior da América Latina. A corrupção é regra geral e contaminou todas as instituições, entrelaçadas com o crime internacional de tráfico de drogas.
Pois bem, como vimos, não há nada de democracia na Venezuela de Maduro e de Lula. Lula é um reprodutor de fake news que está livre para mentir sem sofrer nenhum tipo de sanção do STF, do TSE, do judiciário frívolo de uma maneira geral. É um presidente patife que pisa e chuta na democracia com seu discurso mentiroso aceito pela pseudointelectualidade desse país. A Venezuela é uma ditadura aceita pelo PT e que parece servir de exemplo de regime político para Lula e os petistas.
José Maria Nóbrega, doutor em ciência política pela UFPE