Detectar o invisível é fundamental para sucesso da organização
"Detectar o invisível é fundamental para o sucesso da organização, e apenas líderes experientes têm essa competência. Eles minimizam o impacto dos custos, cultivam bons relacionamentos, potencializando as receitas, os valores e os talentos". Leia a opinião de Eduardo Carvalho

O ecossistema e relações humanas tornam-se complexos à medida que uma organização cresce. Há muitas coisas importantes de serem cuidadas que não aparecem nos demonstrativos contábeis, financeiros, nem nos sistemas de informações gerenciais. São o que Oscar Motomura, CEO da Amana-Key, denomina de "invisíveis". Esse conceito se aplica a: custos, receitas, valores, talentos. Cada um desses conceitos representa um conjunto de casos dinâmicos, que são criados e modificados ao longo da história da organização. Identificá-los e compreendê-los é fundamental para seus líderes. A lista é extensa e pode ser ampliada pelas experiências vivenciadas nas organizações. Não constam nos roteiros de manuais de governança no Brasil e nem em outros países.
Alguns custos invisíveis: excesso de reuniões, ação fragmentada sem considerar o todo, desrespeito aos relacionamentos humanos, falta de dialogo, arrogância, mentira, cinismo, desarmonia, desconfiança, controles excessivos, cultura do medo.
Como receitas invisíveis, exemplificamos: pessoas questionadoras, que ajudam a organização a enxergar e desafiar crenças e premissas obsoletas; pessoas incorruptíveis; colaboradores comprometidos com os valores da organização; líderes empreendedores; pessoas pragmáticas que fazem acontecer; redes de conhecimento; relacionamentos entre colaboradores que cultivam a confiança reduzem custos de controles e agilizam decisões; pessoas que melhoram a produtividades; pessoas geradoras de ideias; profissionais experientes que atuam como mentores de outros colaboradores.
Um conjunto de valores invisíveis compreende: processos e sistemas que geram fluxos; pessoas autênticas; equipes de líderes que tiram a organização da zona de conforto; líderes que inspiram pessoas e são comprometidos em deixar um legado para futuras gerações; redes de ex-colaboradores que cultivam admiração pela organização.
Os talentos invisíveis precisam ser potencializados. São formados por pessoas que desenvolvem competências e habilidades, independente do que a organização ofereça de programas de treinamento, pois participam de redes de conhecimento. Há também casos que o talento está oculto para a própria pessoa, que fica na zona de conforto, porque não ousa abrir a mente e se preparar para desafios.
Detectar o invisível é fundamental para o sucesso da organização, e apenas líderes experientes têm essa competência. Eles minimizam o impacto dos custos, cultivam bons relacionamentos, potencializando as receitas, os valores e os talentos.
Eduardo Carvalho, Harvard University Fellow
*Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC