A pandemia do covid-19 causou, desde a sua chegada no Brasil, uma grande recessão com a queda da atividade econômica e o aumento dos gastos públicos, elevando o déficit fiscal e a dívida pública. A expectativa é de que a dívida pública continue aumentando até o final deste ano. A inflação, apesar dos aumentos recentes, encontra-se sob controle e o Banco Central do Brasil cortou a taxa SELIC para os atuais 2% ao ano. Com base nos resultados do 3º trimestre de 2020, a situação das empresas melhorou, após esse impacto financeiro, operacional e logístico causado pela pandemia, que gerou dificuldade na obtenção de matérias primas e na redução de faturamento e de número de funcionários.
Contudo, as medidas de isolamento, para conter a pandemia, irá provocar uma queda expressiva no PIB do Brasil no ano de 2020. A complexidade do atual momento político e econômico, que conjuga juros baixos e incertezas, quanto a retomada e os rumos da economia, indicam a volta do crescimento em 2021, mas que, só em 2022, deverá retomar aos patamares dos anos anteriores a crise. Mas, para isso, é preciso fazer as reformas administrativa e tributária e colocar em prática o programa das privatizações e limitar o teto dos gastos públicos. Há sinais de que muitas pequenas e médias empresas não vão aguentar os efeitos da crise, podendo entrar em recuperação judicial e/ou caminhar para uma falência. Como consequência, o desemprego deverá aumentar, reduzindo o consumo e os resultados das empresas. Há, ainda, o risco de uma segunda onda da pandemia no Brasil que, nos países desenvolvidos já está assombrando a população e fez surgir novos lockdowns, para frear a proliferação da doença, apesar da esperança do surgimento, até o final deste ano, de uma vacina, trazendo tranquilidade para todos. Passado esse período de oito meses de pandemia, o ritmo de recuperação das empresas tem sido gradual. Na tentativa de sobreviver, muitas empresas que estavam apenas no mundo físico, se reinventaram e passaram a utilizar e/ou priorizar os canais de vendas on-line. Esse é um caminho sem volta e a tendência é de ganhar mais força.
Mas o Kit para sobreviver, durante o período que perdurar a pandemia, é adotar, entre outros, os seguintes ; (i) economizar, no que for possível, mas priorizando o que for julgado essencial; (ii) reduzir ou remanejar mão de obra; (iii) alongar o prazo de pagamento dos fornecedores: (iv) renegociar contratos de dívidas; e (v) substituir os empréstimos onerosos por novos com taxas mais atrativas. A confiança da classe empresarial é grande. No entanto, é preciso que os governos façam o dever de casa, que é combater a corrupção e reduzir os gastos públicos.
Cláudio Sá Leitão e Leonardo Barbosa, Sócios da Sá Leitão Auditores e Consultores.
Comentários